A paulista e engenheira agrônoma Mariangela Hungria conquistou o Prêmio Mundial da Alimentação de 2025, conhecido como o Nobel da Agricultura. Ela tem uma trajetória de 43 anos na Embrapa, lotada na Embrapa Soja em Londrina, no Norte do Paraná.
A premiação foi concedida pelo desenvolvimento de dezenas de tratamentos biológicos de sementes e de solos, que ajudam a planta a obter nutrientes por meio de bactérias do solo. Mariangela é professora da Universidade Estadual de Londrina (UEL) nos cursos de pós-graduação em Microbiologia e Biotecnologia e na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) do curso de Bioinformática, a cientista tem desenvolvido importantes estudos no NAPI Taxonline.
“Acho que a premiação foi devido à minha perseverança de 40 anos, jamais tendo desviado do caminho que eu sempre acreditei que era que a gente podia fazer uma agricultura mais sustentável, usando os biológicos em substituição parcial ou total dos insumos químicos”, ressaltou Mariangela Hungria.
Pesquisas
Além das pesquisas no Napi Taxonline, a cientista também coordena o projeto contemplado por meio do Programa de Apoio à Consolidação dos Institutos Nacionais de Ciência e Tесnologia (INCT) no Paraná (Cooperação MCTI / CNPq/Capes /Fundação Araucária).
“Devo muito à Fundação Araucária. Sem ela, não teria certamente conseguido isso. Os últimos dez anos foram definitivos para a minha carreira. A Fundação Araucária apoiou o nosso Projeto Nacional de Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia e também dá um grande apoio naquilo que eu considero a minha maior riqueza de legado que estou deixando, que é a coleção de culturas, participando do NAPI e Taxonline. Então, certamente, uma boa parte desse prêmio se deve à Fundação Araucária”, afirmou Mariangela.
“Esse prêmio é muito importante para o Brasil e mais importante ainda para o Paraná. Porque foi aqui que eu desenvolvi esse trabalho, foi o trabalho que eu fiz aqui que ajudou a essa premiação. Levando essa imagem de sustentabilidade que a gente tem, contrapondo a tanta gente que aponta aspectos negativos da nossa agricultura. Eu vim para cá porque era um estado agrícola e eu queria fazer agricultura e uma agricultura sustentável”, destacou Mariangela.
Prêmio
O anúncio do Prêmio Mundial de Alimentação foi feito no estado de Iowa, Estados Unidos, na sede da Fundação World Food Prize, criada por Norman Bourlaug, pai da Revolução Verde e Prêmio Nobel da Paz em 1970. É para esse estado que 100 estudantes do Paraná vão viajar no segundo semestre para um intercâmbio dentro do Ganhando o Mundo Agrícola, iniciativa do Governo do Estado para expansão do aprendizado na rede estadual.
Mariangela receberá o prêmio em 23 de outubro deste ano. É a terceira vez que ele é concedido a brasileiros. Em 2006, os agrônomos Edson Lobato e Alysson Paulinelli dividiram o prêmio com o colega estadunidense A. Colin McClung, pelo trabalho no desenvolvimento da agricultura na região do cerrado.