1 Milhao Nota Parana
A professora Beatriz Cardoso (Foto: Geraldo Bubniak/AEN)

Ganhar R$ 1 milhão pode parecer o sonho de muita gente e realmente é. Mas para a professora Beatriz Cardoso, de Paranaguá, o prêmio do Nota Paraná em 2017 foi só mais um capítulo em uma vida que ela já considerava feliz. Mesmo depois de se tornar a primeira milionária do programa, ela decidiu continuar dando aulas de Geografia e História, sem abandonar seus alunos nem sua rotina escolar.

Beatriz tinha 57 anos quando venceu o sorteio de dezembro de 2017. E mesmo depois de ter a conta bancária transformada, fez questão de manter o que realmente a realizava: ensinar.

“Quando meus amigos e colegas souberam que ganhei R$ 1 milhão, me perguntaram se eu ia continuar trabalhando. E é claro que quis continuar, porque é o que eu gosto. Foi a profissão que eu escolhi”, confessa a professora que há 20 anos leciona na mesma escola municipal no bairro Porto Seguro. “O fato de continuar trabalhando mostra o amor que tenho pelo magistério”.

Oito anos depois

E embora tenha tirado um ano sabático para descansar e aproveitar o prêmio, Beatriz conta que comemorou a conquista com seus alunos. “Era engraçado, porque eles eram todos pequenininhos e não tinham noção do que era R$ 1 milhão, mas sabiam que era muito dinheiro”, relembra. “Eles diziam que eu estava rica e ficaram muito felizes quando adotei um cachorro que ficava aqui na escola, o Orelha. Perguntavam se eu tinha comprado uma casinha para ele e roupinhas e diziam que agora ele é quem estava milionário”.

Para Beatriz, a ideia de seguir dando aula e manter sua rotina é algo que marcou os quase oito anos desde que recebeu a ligação informando que ela havia sido sorteada no Nota Paraná. Sem querer ostentar ou se comportar como uma celebridade – como ela própria diz –, preferiu pagar algumas dívidas, comprou carro e casa, mas sem acreditar em uma transformação completa. “Hoje, me vejo como uma pessoa mais grata e com mais capacidade de ajudar os outros, mas não mudei minha essência”, diz.

Além de Orelha – a quem deu abrigo e uma vida de rei até seus últimos dias –, a primeira milionária do Nota Paraná conta que usou parte do prêmio recebido para ajudar instituições de defesa dos animais em Paranaguá, seja com doações ou mesmo quitando dívidas que elas possuíam. Mesmo hoje, segundo ela, entrega ração e roupinhas para os animais, além de doar algumas notas fiscais para que essas entidades recebam créditos pelo programa da Sefa.

Ainda assim, admite o quanto pedir o CPF em suas notas fiscais ajudou a trazer mais conforto e estabilidade para sua vida. “A vida melhorou muito de lá para cá. Antes, vivia com as contas na ponta do lápis. Desde então, troquei de casa, aluguei a antiga e ainda tenho outro apartamento alugado. Consegui fazer o dinheiro render”, conta. 

Sonhos realizados

O R$ 1 milhão permitiu que ela também realizasse alguns sonhos, como conhecer o Chile, Portugal e França – uma realidade bem diferente de antes do Nota Paraná. Beatriz conta que, na época do sorteio premiado, penhorou alguns anéis e chegou a fazer uma aposta com outras professoras para ver quem perdia mais peso. Tudo para conseguir dinheiro para viajar com as amigas naquele ano. “Então veio o prêmio e pude aproveitar a viagem por completo – e com todos os meus anéis”, brinca. “O que foi bom, porque fiquei em segundo lugar naquela aposta”.