
Curitiba iniciou nesta quarta-feira (27 de novembro) um projeto de entregas por drones em parceria com a Atech, empresa do Grupo Embaer. O estudo foi lançado no Parque Tanguá e visa testar o uso de drones para entregas diretas ao consumidor final. O objetivo é desenvolver um sistema capaz de organizar a utilização do espaço aéreo diante duma nova realidade quanto ao uso de drones, antecipando-se ao futuro – e a um futuro que pode nem estar tão distante assim.
- Curitiba terá maior show de drones da história na noite desta quarta-feira
- Pimentel anuncia seis nomes para o 1º escalão da Prefeitura de Curitiba e promete fechar equipe nas próximas semanas
Ao anunciar a pesquisa, Rodrigo Persico de Oliveira, CEO da Atech, foi questionado sobre a estimativa de quando o serviço deve, efetivamente, começar a se popularizar, a ganhar força no país. Não respondeu de forma direta, alegando ser muito cedo para falar sobre prazos, uma vez que o estudo ainda está sendo lançado e iniciado. Mas fez um prognóstico importante.
“Essa é uma onda que vem muito rápida e na hora que começarem a operar os primeiros drones de uma maneira comercial, nossa visão é que a escalada disso vai ser muito rápida”, disse o CEO da Atech, ressaltando que a ideia do estudo é se antecipar a esse movimento quase que irresistível e talvez inevitável para entender como que as empresas de delivery e seus diferentes drones vão coexistir no espaço aéreo com outras aeronaves.
“E aí, baseado nisso, antes dessa onda começar a crescer, você já tem uma plataforma que organiza esse espaço aéreo, que monitora e controla. Claro, com o apoio da ANAC e do DECEA, que são os órgãos reguladores também do espaço aéreo”, emenda ainda ele.
Por que Curitiba foi a cidade escolhida?
De acordo com Rodrigo Persico, Curitiba foi escolhida para receber os testes porque é uma cidade conhecida pela sua capacidade de inovação e por estar sempre ‘na fronteira do conhecimento’. “Não poderia ter um lugar melhor para a gente começar esse estudo aqui como a cidade de Curitiba”, exaltou.
Rafael Greca, prefeito da cidade, também esteve presente no evento de lançamento do programa e celebrou mais uma conquista.
“O futuro chegou na colina do Parque Tanguá, onde nós preparemos o mais lindo Natal do Brasil. O meu coração está em festa. E eu agora vou receber do céu, desde o céu, a primeira entrega de drone pública em Curitiba. A partir desde então, nós vamos regulamentar a entrega de mercadorias por via aérea. Nós seremos, de verdade, a cidade mais inteligente e inovadora do mundo. Agora, contem, aos quero-queros, contem aos urubus, contem aos passarinhos, que mantenham distância”, disse.
Como funcionará o estudo
Os testes, previstos para começar em 2025, incluirão voos em rotas BVLOS (Beyond Visual Line of Sight), permitindo que os drones percorram maiores distâncias sem contato visual direto com o piloto. Drones nacionais (desenvolvidos por empresas do grupo Embraer), inclusive, serão utilizados no estudo, com capacidade de levar produtos que pesam até cinco quilos. No futuro, é esperado que essa capacidade de peso até aumente.
“O estudo, na verdade, ele compreende a malha logística, ele avalia a malha logística”, diz Rodrigo Persico. “No primeiro momento, a gente vai fazer o estudo da integração de todos esses potenciais operadores, esses potenciais usos e essas plataformas. As plataformas, quando eu digo, são os diferentes drones que você pode ter, de diferentes marcas possíveis”, apontou ainda.
Ainda segundo o CEO, a Atech já acumula uma experiência de três décadas dentro dos sistemas de controle do espaço aéreo do Brasil. “Então, todo o sistema de controle do espaço aéreo do Brasil, ele é feito com os sistemas da Atech. É a nossa experiência nesse mercado que vai trazer uma adaptação para o mercado de drones”.