
O ano de 2025 começou com a qualidade do ar de Curtitiba em boas condições. É o que revelam dados do monitoramento feito diariamente pelo Instituto Água e Terra (IAT), cujas informações são públicas.
Mas afinal, o que isso significa?
O Índice de Qualidade do Ar (IQA), explica o IAT, tem o objetivo de dar uma “nota” ao ar, tornando acessível as informações sobre a qualidade do ar que respiramos ao grande público, além de uma interpretação geral da qualidade do ar nas cinco gradações entre “boa” e “péssima”. No caso de Curitiba, as quatro estações de monitoramento ativas na cidade apontam que a qualidade do ar estava boa ontem (23 de janeiro), com notas que variam de 25 (no Boqueirão) a 30 (no Jardim das Américas).
Essa nota é calculada com base em disposições do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com o monitoramento dos seguintes poluentes: Partículas Totais em Suspensão (PTS); Partículas Inaláveis (PM10); Partículas Inaláveis Finas (PM2,5); Dióxido de Enxofre (SO2); Monóxido de Carbono (CO); Ozônio (O3); e Dióxido de Nitrogênio (NO2).
“Este índice é calculado por poluente, e o impacto de um certo poluente pode ser comparado com o de outro com base no valor obtido para o IQA de cada um deles. O índice da estação é determinado pelo maior índice individual calculado”, explica o IAT em seu site, destacando que, com base neste valor, a qualidade do ar no entorno de cada estação é classificada.
Um índice de 0 a 40, por exemplo, define uma qualidade boa de ar (quando as pessoas não sofreram nenhum ou quase nenhum impacto devido à qualidade – ou falta de qualidade – do ar). Quando o ar está assim, temos um bom dia para a realização de exercícios ao ar livre, por exemplo, uma vez que esse índice é considerado o mais seguro à saúde humana para exposição de curto prazo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Já com um índice acima de 40 e até 96, a classificação é “regular”, com pessoas muito sensíveis podenso sofrer alguns impactos. De 97 a 144, a qualidade do ar é “inadequada”, o que coloca em risco a saúde de grupos mais sensíveis. De 145 a 200, a classificação já é ruim, com não só grupos sensíveis, mas boa parte da população podendo sofrer impactos em sua saúde. E com um índice acima de 200, a situação já é classificada como péssima ou crítica, com a população em geral sofrendo impactos.
Como acompanhar o monitoramento da qualidade do ar
O Instituto Água e Terra monitora a qualidade do ar desde a década de 1980. Um trabalho que se iniciou na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) e que atualmente se expande a várias regiões do estado, com foco nas grandes cidades, atendendo a demanda do crescimento populacional e de atividades industriais, objetivando também o atendimento a nova Política Nacional da Qualidade do Ar (Lei nº 14.850, de 2 de maio de 2024).
Qualquer pessoa, inclusive, pode ter acesso e acompanhar as medições nas estações de monitoramento espalhadas pelo País. Para isso, basta acessar o site MonitorAr (monitorar.mma.gov.br) ou baixar o aplicativo da plataforma MonitorAr. Os sistemas foram criados e são coordenados pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
Para dados mais detalhados ou consultar informações da série histórica no Paraná, também é possível conferir os boletins divulgados pelo IAT. Os dados podem ser conferidos em link disponível no site www.iat.pr.gov.br/Pagina/Monitoramento-da-Qualidade-do-Ar.
A importância de se ter um ar de boa qualidade
Dados epidemiológicos da OMS demonstram que a má qualidade do ar e a exposição aos poluentes atmosféricos refletem no aumento dos casos de morbidade e mortalidade, causados por problemas respiratórios e cardiovasculares. Isso afeta principalmente grupos de risco como crianças, idosos, pessoas com a imunidade vulnerável e portadores de doenças respiratórias preexistentes.
Há ainda os custos de atendimentos, medicamentos e internações, decorrentes da poluição do ar que impactam nos cofres públicos. Além disso, a poluição atmosférica também pode causar prejuízos estruturais resultantes das chuvas ácidas.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a gestão da qualidade do ar tem como objetivo garantir que o desenvolvimento socioeconômico ocorra de forma sustentável e ambientalmente segura. Para tanto, se fazem necessárias ações de prevenção, combate e redução das emissões de poluentes e dos efeitos da degradação do ambiente atmosférico.
Paraná adota padrões mais criteriosos para monitoramento
O Governo do Paraná, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), tornou os padrões de qualidade do ar do Estado condizentes com índices do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). A Resolução Sedest 02/2025 , publicada no Diário Oficial de segunda-feira (20), estabelece a redução do máximo permitido na concentração de alguns poluentes na atmosfera.
As mudanças, explica a gerente de licenciamento do IAT, Ivonete Chaves, servirão para pautar o monitoramento da qualidade do ar e a emissão de licenças ambientais. Segundo ela, o Estado seguia anteriormente os valores estabelecidos pela Resolução SEMA 16/2014. Agora, levará em conta os critérios da Resolução CONAMA 506/2024.