Quando falar sobre dinheiro com as crianças

Especialistas dizem que entre 2 e 3 anos já é possível repassar noções de finanças

Bem Paraná

Falar de dinheiro com as crianças nem sempre é fácil e especialistas em educação já entraram em consenso e acreditam que aprendizado sobre o valor do dinheiro deve começar cedo. Como questões como trabalho e salário não fazem parte da rotina deles, o valor da moeda se torna algo intangível. Por isso, muitas vezes os pais ouvem comentários do tipo:  mas é só pegar dinheiro no banco ou paga no o cartão mãe, simplesmente por que os pequenos não sabem de onde vem o dinheiro e o funcionamento do sistema econômico. Portanto, o melhor que se pode fazer, para que eles se tornem adultos com uma vida financeira saudável, é começar a falar sobre educação financeira desde cedo.

A educação financeira deve começar bem cedo. Entre os 2 e 3 anos de idade, já é possível ensinar às crianças várias questões relacionadas com o dinheiro, porque é a partir dessa idade que elas começam a pedir coisas.  Assim, pode começar a mostrar as diferenças entre o que é caro e é barato. Também se pode ensinar a perceber a diferença do que se compra por necessidade e por impulso. Estes são alguns dos segredos para ter habilidade financeira. É nessa fase inicial que pais e professores podem fazer as crianças compreender que não se deve desperdiçar dinheiro.

Poderá começar com semanadas a partir dos 3 anos, e passar para as mesadas depois dos 10 anos de idade. A mesada pode ser um excelente instrumento para o amadurecimento, mas se for mal doseada pelos pais, pode transformar-se numa fonte de conflitos. Não se deve vincular a mesada ao cumprimento de tarefas em cada ou ao bom desempenho escolar, nem deve cortá-la como forma de castigo.

Leonardo Lourenço,  Superintendente de Marketing da Mongeral Aegon listou 10 dicas preciosas sobre educação financeira infantil.


10 DICAS DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA

1 – 1, 2, 3… Se a criança já sabe contar, é hora de começar a falar de educação financeira

2 – O melhor momento para introduzir o tema é no momento que elas começam a contar. Mostre algumas moedas e ensine o valor de cada uma. Faça pilhas, agrupando e somando o dinheiro..

3 – Sai do computador e vai estudar menino! Dar mesada não é uma forma de cobrar por boas notas

4 – A partir dos sete anos, a criança já entende o que é uma mesada e pode começar a gerenciar quantias de dinheiro. Mas não é recomendável associar a mesada ao estudo. Ela não deve ser um prêmio por boas notas, estudar é responsabilidade da criança e ela deve entender isto

5 – O jogo dos quatro porquinhos. Ensine seu filho a poupar e como gastar melhor o dinheiro que tem

6 – Você deve ensinar seu filho sobre reserva financeira para que ele alcance objetivos de curto, médio e longo prazo. Para isso você pode adesivar quatro porquinhos de cerâmica com as palavras: investimento, doação, poupança e gastos. Gastos são objetivos de curto prazo, o que ele quer no momento, um lanche na escola por exemplo. Poupança são objetivos de médio prazo é algo que ele quer realizar em seis meses, como a compra de um brinquedo. Já a tarja ‘investimentos’ está relacionada ao longo prazo. Uma reserva financeira para a vida dele. Como poupar para um carro ou, até, para a sua aposentadoria. E, o último porquinho é o da doação. É importante que ele reflita sobre dar algo em troca sobre o que recebe.

7 – Você em primeiro lugar! Explique que assim que ganhar o dinheiro a criança deve separá-lo de acordo com os objetivos traçados por ela

8 – Uma das melhores dicas de educação financeira tanto para adultos como para crianças é se pague primeiro. Isso quer dizer: separe do seu orçamento a parcela destinada ao que você deseja guardar.  A reserva financeira deve ser encarada como uma despesa fixa, não como o que sobra do orçamento

9 – O valor da conquista. Lembre seu filho que algumas vezes ele vai ter que esperar e juntar dinheiro para comprar o que deseja

10 – Nem sempre o dinheiro que ganhamos no mês é suficiente para realizar a compra de algo que desejamos. As crianças devem entender também que juntar dinheiro é uma forma de conseguir o que ela quer, mas para isto é necessário mais tempo

11 – Tudo que passa na TV ele pede. Explique a diferença entre precisar e querer

12 – Existem alguns produtos que são necessidades básicas como os de alimentação, limpeza e vestuário básico. Estas coisas são o que ele precisa. Já a propaganda infantil desperta na criança o desejo de ter e não a necessidade. Explique para ele esta diferença

13 – Não é dinheiro de plástico infinito. Quando usar o cartão de crédito explique para a criança como ele funciona

14 – Explique o conceito de crédito e alerte sobre os perigos do cartão de crédito. Não é só passar e não pagar depois. Existem os juros e que você deve se programar para que o pagamento do cartão ocupe uma fatia do seu orçamento, não ele todo

15 – Dinheiro não cresce em árvore.  Explique como é o seu trabalho e por que você é pago por ele

16 – O salário é composto por vários fatores, mas os dois principais são tempo e esforço. É o valor atribuído ao seu trabalho (esforço) e conhecimento vezes o tempo trabalhado. Uma forma de explicar para o seu filho é dizer quais são suas atividades diárias e o valor da sua hora trabalhada. Assim ele vai entender que é uma troca e que o dinheiro vem deste resultado

17 – A escolha é sua. Inclua a criança em pequenas decisões financeiras no supermercado como qual fruta comprar

18 – Educação financeira é baseada em escolhas. Muitas vezes para conseguirmos a quantia que desejamos temos que abrir mão de alguma coisa. Ele pode aprender isso em um supermercado. Separe um valor e diga que ele tem que escolher um produto com o que tem na mão

19 – Alcance seus sonhos. Ensine que o dinheiro é só uma ferramenta para chegar aonde se quer

20 – É sempre bom lembrar que dinheiro não é tudo. É uma ferramenta que pode proporcionar um bem ou uma experiência. Mas existem valores mais importantes como viver momentos em família, educação, ética e cidadania