Amanda de Brito Meireles Ruoso, que agora hospeda cães, e Mariana, que faz acupuntura domiciliar em pets (Valquir Aureliano)

Os animais de estimação interferem diretamente na vida dos humanos e até mesmo no campo profissional eles provocam verdadeiras revoluções. É evidente o aumento do número de pessoas que enveredaram por novos caminhos ao perceber que oferecer produtos para os pets pode ser vantajoso e garantir o sustento. Roupas, para o dia a dia ou para festas, comida especial, creches, passeios e viagens, hospedagem – a lista de possibilidades profissionais neste universo é grande.

Amanda de Brito Meireles Ruoso é uma que encontrou no seu amor pelos pets o caminho para a realização profissional. Fez Direito, mas sonhava ser veterinária. Quando finalmente decidiu fazer o curso, já resgatava animais e chegou a ter oito cães e 19 gatos. Começou cuidando dos pets de amigos e logo passou a oferecer o serviço de pet sitter, em bom português, babá de animais de estimação. Hospedagem e passeios. Foi ganhando segurança e a boa nova correu, trazendo novos clientes.

Aí, ela conheceu Mariana, que faz acupuntura domiciliar em animais. Casaram e uniram as áreas de atuação. Passaram a hospedar também cães especiais, idosos ou sem mobilidade. Alguns dos hóspedes recebem a terapia complementar no hotel delas, onde moram também três cães, entre eles a Vivi, uma cachorrinha especial, e nove gatos. Moradores e hóspedes de todas as espécies vivem em harmonia. O Hugo, por exemplo, está toda semana lá, e é um amigão da Vivi, ganha acupuntura e passeios. Na verdade, a hospedagem da Amanda e da Mari é praticamente uma creche, espaço em que os bichos fazem atividades e brincadeiras, também. “O Hugo vem na quarta e volta na sexta. A tutor dele até brinca que é guarda compartilhada”, conta ela.

Na hospedaria da Amanda e da Mari, especialmente preparada para os animais, não tem gaiola. O lugar recebeu rampas, tapetes e antiderrapantes, as camas e sofás são forradas com impermeáveis e vai ter grama, depois da ampliação. “A ideia é receber em casa como se fossem nossos. A preocupação é com o bem estar, até porque se colocar vários cães em gaiola eles vão latir e incomodar, a gente e os vizinhos”, diz Amanda. Atualmente 92 hóspedes se revezam, mas elas abrigam quatro por vez. E as indicações crescem especialmente para os cães com limitações ou sem movimento das patas. “É difícil quem hospede os cães especiais, pois exigem atenção especializada. Gosto muito de ser aquela a quem as pessoas podem confiar seus bichinhos”, diz ela que, como pet sitter de gato atende em domicílio. “Notamos que hospedagem para gato não funciona e mesmo na casa deles tem que ter todo cuidado, jamais ir com cheio de cachorro”, ensina Amanda, que tem 35 clientes gatos.

Alfaiates de cachorros

Taciane Biehl Duarte, designer de moda e sócia da marca @alove_child, levou sua experiência para o universo de outra grande paixão, os pets. “Não sou fã de vestidinhos com babados e muito enfeite para cachorros, gosto de roupinhas mais divertidas. Tinha dificuldade para encontrar para minha cachorra, sempre ficavam curtas, e comecei a fazer sob medida”, explica. Mas, se você é do tipo festeiro que gosta de roupas com babado, não tem problema, no que depender do Ateliê Colcha de Retalhos, empreitada das irmãs Dandara Tschmerizja Lazari e Raissa Tschmerizj, pedagoga e engenheira que, desempregadas, investiram num amor antigo. Dandara conta que o Ateliê tomou forma depois que Bisteca, “minha versão canina”, que morava na praça, entrou na sua vida. Vieram outro amores, a mudança para o litoral paranaense e foram adotados pelo Bacon. A Polenta se juntou a matilha em seguida e “com tantos cachorros, comecei a costurar para eles por necessidade, pois não encontrava peças quentes que servissem neles”, lembra, no site da marca.

Em 2017 veio a virada, com a chegada da irmã e da Gelatina. “Após poucos meses já nem procurávamos mais emprego em nossas áreas porque nosso hobby tinha demanda e estávamos no caminho certo. Clientes de todo o Brasil e nossa rede social não parava de crescer!”, completa Rayssa, lembrando que quando iniciaram na moda pet eram poucas as marcas. “Hoje você encontra variedade enorme”.

Tem também agência de turismo especializada e chef que faz comidinha para cães
Maurício Penteado, profissional do turismo fez um upgrade em sua profissão ao ser contratado para trazer um buldogue inglês do exterior. Ali ele percebeu que existia campo de trabalho dentro do turismo. “Passei a atender cachorros e gatos em viagens de competição, passeios regionais. Somos a única agencia de turismo pet friendly e virei referência desse mercado”, conta ele que atualmente também é sócio de fábrica de produtores pet e desenvolveu um curso para atuação no universo pet para o Centro Europeu. “As pessoas ainda não tem noção do tamanho deste mercado”, aponta.

O curso no CE vai voltar em 2023 repaginado. “A ideia foi mostrar o mercado como um todo e tivemos um corpo docente fantástico, com proprietários de grandes hospitais e clínicas, pet shops, de fábricas de produtos pet, além das visitas técnicas para mostrar o ciclo inteiro do mercado. Agora teremos um núcleo do mercado pet, com vários minicursos”, adianta ele, cuja empresa faz todos os produtos do Athletico. Penteado ainda tem no currículo a organização do primeiro passeio de trem com cães da América do Sul. “Até sessão de cinema para pet temos. Curitiba é a capital dos pets”, assegura.

Thaisa Sales teve a saúde de sua cachorra, Frida, como motivo para criar a Cozinhando para Cães, ex-Cãolinarista. Formada em Relações Públicas, ela sempre gostou de gastronomia e quando a Frida entrou em sua vida, ela começou a fazer biscoito para cachorro e foi estudar alimentação natural. “Temos hábito de não consumir ultra processados e para o cachorro comida com aquele monte de química?”, questionou-se ela, ao tirar seis meses para estudos, período em que testou receitas e montou o projeto da então chamada Cãolinarista. “Durante a pandemia meu negócio só expandiu. As pessoas perceberam mais as necessidades dos cães. A alimentação natural atende cães com problemas como alergias, renais, obesidade, diabete, tumores”, explica. “A vida de um cão é muito curta e a alimentação dá longevidade. Faço isso porque quero que a Frida e os cães tenham qualidade de vida e mais tempo com a gente!”

Serviço
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cozinhandoparacaes.com.br e @cozinhandoparacaes
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