
Quase 100 mil pessoas que moram em Curitiba trabalham em estabelecimentos (fábrica, loja varejista, agência bancária, etc) de uma empresa cuja sede social está localizada em algum outro município. É o que revela o estudo Gestão do Território, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que colocou a Capital como destaque na Gestão Empresarial e também na Gestão Pública.
Conforme o levantamento, em 2021 (ano de referência da pesquisa) Curitiba somava 99.072 assalariados externos ao município da sede da empresa. Dez anos antes, em 2012, esse contingente era de 97.246 trabalhadores, o que significa uma variação de +1,9%. Em todo o país, apenas os municípios de São Paulo (com 1,86 milhão de assalariados externos), Rio de Janeiro (486,7 mil), Brasília (315 mil), Belo Horizonte (261,4 mil), Barueri (197,4 mil), Fortaleza (118,9 mil), Porto Alegre (117,6 mil), Osasco (108,6 mil) e Itajaí (103,2 mil) apresentam números mais expressivos.
Segundo o IBGE, o número de assalariados externos é importante para se medir o porte das ligações empresariais entre municípios. Não à toa, o estudo divulgado também buscou calcular a intensidade das ligações empresariais por município, um indicador composto pelo somatório do número de sedes e filiais das empresas multilocalizadas para cada município brasileiro. Ou seja, aquelas empresas que estão presentes, simultaneamente, em diversos pontos do território, com suas unidades instaladas em diferentes municípios.
E Curitiba, novamente, apareceu com destaque no ranking, como uma das lideranças entre os centros de gestão, isto é, responsáveis pelo papel de comando da rede urbana brasileira. O ranking de intensidade das ligações empresariais é liderado por São Paulo. Na sequência aparecem Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte. Curitiba, por sua vez, está na quinta posição, logo a frente de Porto Alegre, Fortaleza, Campinas, Barueri e Recife. A capital paranaense, portanto, é a cidade melhor ranqueada entre os municípios da região Sul.
De acordo com o levantamento, foram feitas avalições dos 5.570 municípios do país, e apenas 39,1% deles se qualificavam como Centros de Gestão do Território, resultado ligeiramente inferior aos identificados no estudo realizado em 2012. Marcelo Paiva da Motta, pesquisador do IBGE, explica ainda que as empresas seguem o padrão de renda do país.
Curitiba também é destaque na gestão pública
Outra vertente da pesquisa é a Gestão Pública. Ela analisa as estratégias territoriais de atuação do Estado, com base na articulação em rede dos centros urbanos, tendo como referência a ação do poder público e a conexão hierarquizada entre municípios, formando uma escala de subordinações que pode chegar até o nível federal.
O principal centro urbano responsável pela gestão pública do país é Brasília, capital federal e sede nacional de maior parte das instituições públicas. Na sequência estão Rio de Janeiro, São Paulo, e Recife, que abrigam instituições como o INSS, Tribunais Regionais Federais e Regiões Fiscais da Receita Federal.
O terceiro nível de centralidade de gestão pública é ocupado por Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Salvador e Belém.
Conforme o IBGE, os três primeiros níveis de centralidade de gestão pública são ocupados exclusivamente por municípios que são núcleos de metrópoles. Juntos, esses municípios compõem os centros urbanos mais influentes do Brasil, além de concentrarem a maior parte da população.