Raphael Suss Marques é condenado a 31 anos de prisão pela morte da fisiculturista Renata Muggiati

Redação Bem Paraná

O julgamento do acusado pela morte da fisiculturista Renata Muggiati, Raphael Suss Marques, terminou na madrugada desta sexta-feira (10) com a condenação do réu por homicídio de Renata. A sentença foi dada após dois dias de julgamento no Tribunal do Júri, em Curitiba. Pelo feminicídio, o réu recebeu pena de 31 anos de prisão pelo homicídio. Marques também foi condenado por lesão corporal e fraude processual, mas em neste caso em regime aberto.

O júri era composto por cinco mulheres e dois homens. Eles tinham que responder a seis quesitos. 1) Se Renata Muggiati recebeu um golpe mata-leão, que ocasionou asfixia e sua morte. 2) Se Raphael Suss Marques foi responsável por asfixiar e matar Renata. 3) Se desejam absolver o réu. 4) Se o réu agiu por motivo torpe, uma qualificadora do homicídio. 5) Se o réu usou de meio cruel, com uso de asfixia. 6) Se a qualificadora de recurso que impossibilita a defesa da vítima se aplica no caso. Cada um respondia “sim” ou “não” para cada quesito. Os jurados concordaram com todos os quesitos.

Renata morreu na madrugada do dia 12 em setembro de 2015, em Curitiba. A fisiculturista e o médico moravam juntos em um apartamento no Centro de Curitiba. Marques era acusado de asfixiar a mulher e depois jogar o corpo pela janela do apartamento no 31º andar. Segundo ele, a fisiculturista teria cometido suicídio e pulado da janela.

Marques está preso desde fevereiro de 2019, após idas e vindas da prisão. As acusações contra ele eram de homicídio, com qualificadoras de feminicídio, recurso que impossibilitava defesa da vítima, motivo torpe e meio cruel. Ele também é acusado de lesão corporal e fraude processual.

No primeiro dia de julgamento, na quarta-feira (8), houve depoimentos de médicos legistas e do perito criminal que trabalharam no caso. Eles constataram que o episódio se tratava de um homicídio e não de suicídio.

O segundo dia de julgamento, nesta quinta-feira (9), teve o depoimento do réu, que reforçou que a mulher teria cometido suicídio. “São mais de 7 anos que eu venho sofrendo uma injustiça. Eu fui a única pessoa que esteve ao lado da Renata no momento de depressão. Eu só gostaria que fosse feita justiça hoje”, disse.

O advogado da defesa de Marques, Edson Abdala, pediu que os jurados entendam que Raphael não é culpado pela morte de Renata. Afirmou que a fisiculturista ja tinha tentado suicídio, no dia em que tomou os comprimidos e ficou trancada no apartamento. Ele inclusive disse que o policial, “especialista em suicídio” afirmou isso.

O promotor Marcelo Balzer reforçou que o réu teria asfixiado a vítima antes de jogar o corpo pela janela. Ele mostrou vídeos, de situações em que pessoas levaram golpe de mata-leão, e defende: “Nos dois casos não teve sangue, não teve unha”, explicando que o mesmo pode ter acontecido com Renata. Ainda mostrou vídeos de animação que projetam como tudo aconteceu no apartamento no dia da morte de Renata. Balzer e Abdala chegaram a discutir sobre a animação apresentada.

Balzer disse que, quando Renata já estava morta, Marques alterou o computador e o celular dela. E ainda afirmou que o médico foi responsável por Renata se perder e se destruir. “Nós pedimos a condenação na integralidade, em todos os quesitos para Raphael Suss Marques. Só quero que esse Tribunal do Júri, no dia de hoje, seja um berço de Justiça e não um túmulo dela”, disse Balzer. “Renata não volta mais, Raphael vai voltar. Seja condenado, seja absolvido”, afirmou Balzer, aos jurados.