
Um dos mais tradicionais estabelecimentos do Centro Cívico de Curitiba, o Restaurante Dona Evani completou recentemente 25 anos de história. Fundado em 25 de abril de 2000, o restaurante e lanchonete acabou se tornando ao longo dos anos um verdadeiro símbolo da Av. Cândido de Abreu, uma das mais importantes vias curitibanas, tornando-se também testemunha de acontecimentos marcantes para a Capital, como as Jornadas de Junho de 2013 e a pandemia de Covid-19.
“Às vezes eu fico pensando, sabe… meu Deus, eu não sabia fazer nada disso! Eu sempre gostei de cozinhar, sempre. Mas sempre gostei muito de cozinhar na minha casa, tanto é que eu nunca tive ninguém para cozinhar lá. Tinha sempre pessoas que me ajudavam no serviço doméstico, mas para cozinhar e cuidar dos filhos, sempre fui eu. Comecei o negócio aqui e pensei ‘não, a gente tem que trabalhar, tem que trabalhar direito e precisa dar certo’. E graças a Deus deu certo! E quando eu olho para trás, penso: ‘nossa, como foi bom”, celebra a empresária Evani Aguiar de Lima, proprietária do estabelecimento.
O começo de tudo
Antes de fundar o Dona Evani, a empresária conta que era dona de casa e morava em São Paulo com seu marido. Em 2000, no entanto, ele se aposentou da carreira de bancário e a família decidiu se mudar para Curitiba. E quando chegaram na capital paranaense, decidiram iniciar uma nova trajetória, no meio gastronômico.
“Quando chegamos aqui, a gente saiba que precisaria trabalhar em alguma coisa. Os filhos tudo em casa, estudando, e daí surgiu essa oportunidade [de abrir o restaurante e lanchonete]. Mas eu nunca imaginei que iria trabalhar em algo assim, mas compramos o ponto aqui e começamos a fazer as coisas. E estamos até hoje aqui, graças a Deus. Deu certo e a gente continuou”, relata Evani.
O espaço, quando foi inaugurado, funcionava num espaço pequeno, basicamente uma portinha, servindo apenas lanches e salgados. Um ano depois, a lanchonete vizinha foi adquirida e a loja passou por uma primeira reforma. Foi quando o almoço começou a ser servido. Anos depois, lanchonete e restaurante foram fisicamente separados, cada um ficando com seu próprio estabelecimento, ainda que uma porta fique bem perto da outra (a poucos metros de distância). “Em 2015, passamos a lanchonete para o outro lado, que aqui antes era uma farmácia, que fechou. Daí reformei tudo, passamos a lanchonete para cá e deixamos só o restaurante ali, o que facilitou nosso atendimento”, recorda a empresária.
Jornadas de Junho e pandemia: os maiores desafios do Dona Evani
Ao longo dos 25 anos de história, o Dona Evani também passou por alguns perrengues para se manter de portas abertas. Um desses episódios foi registrado em 2013, quando o restaurante havia acabado de passar por uma reforma e comprado cadeiras e mesas novinhas em folha para atender seus clientes.
“Quando reformamos tudo, teve aquela passeata do Vale Transporte, em 2013, que quebraram tudo por aqui. Eu tinha acabado de terminar de pagar as últimas prestações das mesas novas, mas quebraram todos os vidros do restaurante, entraram aqui e queimaram as cadeiras, queimaram tudinho. Fez um estrago… Voltamos a trabalhar sem mesa, sem cadeira para sentar. Mas um amigo meu emprestou algumas mesas e cadeiras pra gente poder recomeçar e no final deu tudo certo”, conta Evani.
O momento mais crítico para a lanchonete e restaurante, contudo, foi a pandemia de Covid-19. “Eu até imaginei que a gente não conseguiria voltar, sabe?”, relata a empresária, comentando que o estabelecimento ficou 104 dias totalmente fechado por conta da crise sanitária e que, quando voltou à ativa, o movimento estava ainda muito parado. “Parecia que aquilo não ia passar nunca, mas passamos e até hoje estamos aí, tocando em frente. Temos uma clientela muito fiel, e isso é muito importante para nós. É graças a essas pessoas que nós estamos aqui”, destaca ainda ela.
Costelinha ao molho, feijoada, coxinha e mais: os carros-chefes da casa
O restaurante Dona Evani funciona de segunda a sexta-feira, das 10h50 às 14h30, com buffet por quilo. A feijoada, servida nas quartas-feiras, e a costela ao molho, servida nas quintas, são dois dos destaques da casa. Nos outros dias, tem franguinho ao molho e carne assada na churrasqueira.
“A nossa comida é uma comida caseira, uma comida simples. E os clientes gostam de uma comidinha caseira, porque fazemos tudo com muito carinho, com muito gosto. As minhas cozinheiras são todas mães e avós. Não à toa, quem come aqui fala que nossa comida lembra aquela comidinha de vó, tem aquele temperinho de vó. Eu acho que é por isso, também, que estamos aqui até hoje”, opina Evani.
Além do restaurante Dona Evani, no entanto, numa porta logo ao lado também funciona a lanchonete Dona Evani. E os destaques da casa são os lanches, em especial os sanduíches (X-Salada, X-Bacon e outros tantos) e a coxinha. Na parte de bebidas, o suco centrifugado (um suco totalmente natural) e o café são boas pedidas. E para a sobremesa, um bom cheesecake. “Os lanches, todo mundo gosta, todo mundo elogia. Sempre as pessoas chegam aqui e falam ‘olha, nós gostamos muito do lanche daqui’.