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Muito se fala em Curitiba (e outra grandes cidades do Brasil, como São Paulo) sobre a suposta existência de uma “indústria da multa”. Na avaliação da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), contudo, o que existe na Capital é uma “indústria de infratores”. E há argumentos que corroboram com tal avaliação.
De acordo com informações da própria Setran, apenas 0,02% dos veículos que trafegam por vias onde há fiscalização eletrônica são autuados. Mesmo na Rua Campos Salles, no Alto da Glória, onde fica o radar “campeão” em autuações (próximo da Rua Ivo Leão), o percentual de veículos multados fica bem abaixo de 1% do fluxo.
Na avaliação de especialistas do trânsito, isso acontece porque os motoristas geralmente sabem onde estão os radares, uma vez que grande parte dos veículos, principalmente os que transitam dentro da própria cidade (a Linha Verde, por exemplo, é uma exceção), faz o trajeto com frequência.
Até por conta disso, a Setran tem desenvolvido nos últimos meses um trabalho com radares estáticos, que ficam apoiados em tripé. Com isso, é possível fazer a fiscalização de excesso de velocidade em locais que não contam com radar fixo, com a possibilidade ainda de a própria população solicitar o reforço da fiscalização num ponto específico via 156.
De toda a forma, a orientação ao motorista é sempre respeitar o limite de velocidade estipulado para a via, e não apenas em trecho com equipamento de fiscalização. Isso porque a velocidade estipulada tem um motivo de existir: para garantir mais segurança na travessia de pedestres, na passagem de ciclistas e ao próprio motorista.

Por isso, se faz cada vez mais necessária a conscientização das pessoas. E não se trata de “educação para o trânsito” exatamente. Porque o motorista, em geral, sabe que está fazendo errado. Ou seja: não é que ele não tenha a informação, mas escolhe agir dessa forma.


Transitar acima da velocidade é a infração mais comum
Ainda de acordo da Setran, a “maioria absoluta” das multas aplicadas em Curitiba se referem a casos em que o condutor “transita em velocidade superior à máxima permitida em até 20%”, infração considerada média e prevista no artigo 218 do Código de Trãnsito Brasileiro (CTB), passível de punição com multa (de R$ 130,16) e mais quatro pontos na carteira.
Considerando-se apenas os cinco radares que mais multaram neste ano, temos um total de 45.494 infrações registradas entre janeiro e agosto deste ano. Implantado em meados de novembro do ano passado, o medidor de velocidade da Rua Campos Sales, no bairro Alto da Glória, é o campeão em autuações, com 11.063 em oito meses (aproximadamente 46 multas por dia). A velocidade máxima permitida ao motorista que trafega pelo trecho, próximo da Rua Ivo Leão, é de 40 quilômetros por hora (km/h).


Rua Campos Sales, prox. Rua Ivo Leão
11.063
Inácio Lustosa x João Manoel
10.806
Luiz Leão, esq. João Gualberto (sent C. Civico) 
9.634
André de Barros x João Negrão
8.881
Marechal Floriano x Marechal Deodoro
5.130