A Curitiba mágica está ameaçada com queda no número de artistas que atuam na cidade

De acordo com a Magipar, número de mágicos profissionais teve queda nos últimos anos, mas os curitibanos ainda são bons consumidores

Rodolfo Luis Kowalski
CIDADES MAGICOS MATHEUS FREITAS

Dia Mundial do Mágico: Curitiba reúne cerca de 15 profissionais da magia (Foto: Matheus Freitas)

No próximo sábado (1º de fevereiro) celebra-se o Dia Mundial do Mágico, uma data que homenageia aqueles artistas que tiram coelhos da cartola, fazem desaparecer lenços e encantam o mundo com a arte do ilusionismo. E em Curitiba, o número de profissionais trabalhando nessa área está em queda, embora o público curitibano ainda seja um bom consumidor de magias. É o que diz a Associação dos Mágicos do Paraná (Magipar).

De acordo com o presidente da Magipar, Antenor Delfino Bonifácio – mais conhecido como o Mágico Delfus -, atualmente há na Capital entre 12 e 15 mágicos profissionais, que fazem da mágica o seu sustento, efetivamente. “Esse número já foi um pouco maior, chegamos a ter uns 20 artistas atuando. Mas nunca teve muito mágico também”, afirma ele, explicando que a queda no número de artistas da magia se deve ao fato de alguns profissionais terem se mudado de cidade, enquanto outros pararam com a mágica e foram atuar em outras áreas.

Além disso, o mercado de magias também já esteve mais aquecido, aponta ainda Delfus. “Hoje caiu bastante a procura, até pela própria situação financeira do país. Mas ainda tem bastante trabalho, porque dá para fazer show de aniversário, tanto para adulto como para criança; trabalho em restaurante, pizzaria, bar; e agora tem um ramo, que é o que melhor paga, que é o pessoal fazendo palestra, né? Então o pessoal se especializa fazendo palestra motivacional e usa mágica como forma de ilustração. E também tem a mágica corporativa, que faz para empresa, sem ser palestra, às vezes até para lançamento de um produto. E na época do ano letivo tem shows em escolas. São várias ramificações.”

“Curitibano gosta de magia”

Apesar disso, o presidente da Magipar destaca que Curitiba ainda tem um bom público, que gosta de mágica. Como prova disso, cita que há 23 anos consecutivos a Magipar realiza, no mês de setembro, um festival que conta com duas galas, dois espetáculos abertos para o público, sempre na sexta e no sábado, no Teatro Regina Vogue. “Além dos mágicos que vêm de fora para participar e assistir, o público sempre lota o teatro. E o público curitibano é muito bom, é receptivo”, exalta o Mágico Delfus, orientando aqueles que querem iniciar no mundo da mágica a se filiar à Magipar.

“Para quem quer começar, um dos caminhos é se filiar ao Clube, que não cobra mensalidade. Fazemos reuniões e temos um festival de mágica em Curitiba que está indo pro 23º ano consecutivo, o que é inédito no Brasil.”

Uma vida mágica

Delfus já é um artista profissional da magia desde 1970, acumulando 55 anos de experiência na área. Antes ele morava em São Paulo e trabalhava numa metalúrgica, mas já tinha a vontade de fazer da magia mais do que uma paixão. “Aí comecei a entrar em contato com os mágicos. Lá [em São Paulo] tinha lojas de magia, comecei a frequentar, comprar material… E aí fui aprendendo as mágicas, até que resolvi sair da empresa em que eu trabalhava e decidi ficar só com a mágica. Aí vim aqui pra Curitiba pra trabalhar na rua da Rodoferroviária logo que inaugurou, tinha loja de mágica ali. Eu vim como vendedor e fazia show também. Aí não saí mais”, relata.

Dia Mundial

No dia 31 de janeiro comemora-se o Dia Mundial do Mágico. A escolha da data está associada à figura de São João Bosco, nascido em 16 de agosto de 1815, em Becchi, na Itália, e morto em 31 de janeiro de 1888, em Turim. Ele é considerado um dos grandes santos místicos do catolicismo, sendo conhecido por conta dos sonhos e visões premonitórias que teve. Por outro lado, é considerado padroeiro dos mágicos porque, quando adolescente, valia-se da prática do ilusionismo e de outras formas de entretenimento para ajudar a complementar a renda de sua família.