
A secretária de Saúde de Curitiba, Tatiana Filipak, confirmou que as segundas e sextas viraram os “dias de atestado” nos postos em Curitiba. O comportamento comum gera uma alta de demanda de até 30% nos postos de saúde com trabalhadores em busca de atestado para emendar o fim de semana. Ela afirmou, inclusive, que haverá uma campanha conjunta com a Região Metropolitana de Curitiba (RMC) sobre o assunto,
A entrega de obras e de novos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) da capital paranaense foi o tema predominante dos questionamentos à secretária Tatiane Filipak, na sessão desta terça-feira (30) da Câmara Municipal de Curitiba (CMC). Com a participação de 18 dos 38 vereadores, além de cidadãos que acompanhavam a audiência pública da Comissão de Saúde e Bem-Estar Social, o debate durou quase uma hora e meia. O espaço para perguntas foi aberto depois da apresentação dos indicadores do segundo quadrimestre de 2025.
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Mais força de trabalho para dar conta da demanda na Saúde
A gestora do SUS de Curitiba também afirmou que existem planos para ampliar a força de trabalho da Saúde. De acordo com ela, haverá o chamamento de 277 servidores estatutários para a atenção primária, entre dentistas, técnicos de enfermagem, enfermeiros e outros profissionais, e de banco de funcionários celetistas via Fundação Estatal de Atenção à Saúde (Feas).
Ainda conforme Filipak, a expectativa é que sejam realizados processos seletivos para profissionais de áreas em que não há banco de vagas, a exemplo dos agentes de saúde e de endemias – preocupação levantada por Vanda de Assis. As contratações também foram uma das áreas questionadas pela vereadora Professora Angela.
Filipak comparou os projetos da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) a um “grande canteiro de obras”. Ela reforçou a meta da gestão de reformar 82 unidades básicas de saúde (UBS) e construir outras seis, além de implantar novas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e construir um novo prédio para o Hospital do Bairro Novo, ampliando os leitos disponíveis à população.
Conforme a secretária municipal da Saúde, já foi adquirido o imóvel para a UPA Santa Felicidade, que deve ser lançada no primeiro trimestre de 2026. “Nós queríamos um terreno próximo ao terminal. Vou dar um spoiler”, adiantou ela em resposta ao presidente da Comissão de Saúde, Sidnei Toaldo (PRD). “A UPA Matriz, como nosso prefeito já falou, vamos lançar ainda este ano, em dezembro”, completou Filipak após pedido da vereadora Rafaela Lupion (PSD).
Ao vereador Marcos Vieira (PDT), a gestora do SUS de Curitiba falou do “desafio” do novo Hospital do Bairro Novo, na região sul de Curitiba. A obra, reforçou, será feita por meio de uma parceria público-privada (PPP). “Nós estamos contratando um serviço especializado para a implantação da PPP”, indicou. Na sequência, de acordo com ela, a licitação deve ser liberada até o primeiro semestre de 2026. A expectativa é entregar a obra até o fim da gestão.
“Eu nunca posso fazer uma reforma no primeiro semestre, no pico de atendimento”, disse Filipak sobre as reformas das UPAs, tema levantado por Jasson Goulart (Republicanos). A revitalização da UPA do Cajuru será a primeira entrega, nos próximos meses. Concordando com a vereadora Andressa Biachessi (União) que “temos muito a avançar” em termos de saúde única, a secretária da Saúde informou que estão sendo avaliadas possibilidades de imóveis que permitam a ampliação das atividades do Centro de Zoonoses.
Saúde: redução da fila de especialidades
Tatiane Filipak anunciou que o programa Especialidades em Ação, da Prefeitura de Curitiba, reduziu em 38,8% a fila de espera por consultas e exames especializados em apenas sete meses. Houve queda em áreas de alta demanda, como oftalmologia, que registrou redução de 61,5%. O tempo médio de espera passou de 60 para 49 dias. A medida envolveu mutirões, ampliação de consultas e fortalecimento da telerregulação.
Segundo Tatiane Filipak, a capacidade mensal de consultas em especialidades como oncologia, ortopedia e cardiologia cresceu 80%. “Ampliamos a oferta de exames de ultrassonografia, endoscopia e colonoscopia. Essas ações fazem parte da reorganização da linha de cuidados, como no projeto Abraçar, que melhora o fluxo do paciente desde o diagnóstico até o tratamento”, destacou.