Sem previsão do fim da greve, UFPR e UTFPR anunciam mudanças no calendário acadêmico

A greve já dura dois meses e obriga as universidade

Redação Bem Paraná
GREVE NA REITORIA UFPR

Faixa na Reitoria da UFPR: professores em greve (Franklin de Freitas)

Sem sinal de que a greve de professores e servidores técnico administrativos federais, que já dura dois meses, vá acabar, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR), anunciaram mudanças nos calendários acadêmicos. O Conselho Universitário da UTFPR (Couni) aprovou, nesta sexta-feira (14), a suspensão do calendário acadêmico 2024. A suspensão contempla todos os cursos de graduação da e valerá a partir do fim do semestre letivo 2024.1. Já a UFPR anunciou diretrizes para readequação do calendário acadêmico, mas ainda não o suspendeu totalmente.

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Mudança no calendário da UTFPR

A suspensão do calendário da UTFPR já havia sido indicada pelo Conselho de Graduação e Educação Profissional (Cogep) e recebeu 37 votos favoráveis e uma abstenção no colegiado máximo da UTFPR. Ao defender a legalidade da greve das duas categorias de servidores e que a valorização dos profissionais e do sistema público de educação superior do país é de interesse de toda sociedade brasileira, o relator da matéria no Couni, Alexandre Feitora, citou os invitáveis impactos desse movimento na rotina acadêmica como uma das justificativas para a decisão.

“Vale destacar que alguns alunos matriculados em turmas de professores que não aderiram à paralisação, não puderam frequentar as aulas devido a circunstâncias alheias as suas vontades, decorrentes da greve naquele campus, como o cancelamento do transporte de alunos para aquela cidade, a suspensão do RU [restaurante universitário] no turno de aula, ou ainda por estarem com poucas turmas ativas (sendo lecionadas), e já cientes de que precisariam continuar estas disciplinas em um período futuro, optaram por retornar para as cidades de suas famílias para economizar recursos financeiros de moradia e alimentação”, disse. A exposição do relator foi antecedida pela manifestação favorável pela suspensão de representantes dos servidores dos estudantes da UTFPR.

Com a aprovação da mudança no calendário, uma resolução do Couni será expedida apresentando ações complementares paras as diferentes realidades do ensino na Universidade, como calendários acadêmicos próprios para os cursos de Licenciatura em Computação do Campus Ponta Grossa, ofertado na modalidade EaD, e do técnico de nível médio do Campus Campo Mourão. Também serão definidos nas normativas casos de exceção, como estudantes em dupla diplomação, formando e realizando estágios, com tratamento diferenciados a esses casos.

Adequações na UFPR

A UFPR, por sua vez, divulgou dez medidas de adequação de calendário (veja abaixo). Entre elas, estão, a garantia de reposição de aulas, a flexibilização de frequência dos alunos e a garantia de que aulas presenciais não podem ser substituídas por remotas. “Estas diretrizes constituem linhas gerais para a elaboração da proposta de readequação do calendário, cuja divulgação visa dar previsibilidade e reduzir as incertezas causadas pela greve sobre o calendário”, diz nota divulgada pela UFPR. “A divulgação destas diretrizes não antecipa o fim da greve (o que cabe somente às categorias envolvidas) ou substitui o debate e contribuições futuras no CEPE. Elas resultam das demandas e ansiedades que afetam a comunidade sobre o calendário neste momento e foram construídas num diálogo entre reitoria, PROGRAD e demais pró-reitorias envolvidas com todas as direções setoriais e vários setores das três categorias que compõem a universidade”

Veja as medidas da Federal:

Os professores e servidores da UFPR defendem uma mudança mais radical no calendário da UFPR, assim como aconteceu na UTFPR.