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Divulgação/MPPR

Uma ação que apura o desvio de mais de R$ 600 mil do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (SINDIMOC), de 2015, teve novos desdobramentos nesta sexta, 4 de julho. Mandados de busca e apreensão foram realizados na casa de Anderson Teixeira, presidente do sindicato.

O Ministério Público do Paraná, por meio do Núcleo de Análise de Inquéritos Policiais (Naip), cumpriu dois mandados de busca e apreensão em investigação de desvio de R$ 607.192,24 do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc).

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O inquérito foi aberto a partir de denúncias de filiados, em 2015. Conforme o Ministério Público do Paraná (MPPR), familiares de Teixeira foram nomeados como prestadores de serviço por Recibo de Pagamento a Autônomo (RPA), com valores mensais entre R$ 900 e R$ 5 mil.

As investigações apuraram 120 atos criminosos relacionados a episódios de apropriação de dinheiro para proveito próprio ou de familiares e utilizados para fins diversos, inclusive compras de grande quantidade de bebidas alcoólicas.

O presidente do sindicato foi denunciado por 157 crimes de peculato, entre outros. Os outros seis réus também foram denunciados por diversos crimes de peculato.

As medidas judiciais foram autorizadas no âmbito de denúncia apresentada pelo MPPR perante a 10ª Vara Criminal de Curitiba, tendo como réus o presidente da entidade, o advogado do sindicato e irmão do sindicalista, além de outros familiares dele.

Áudio do promotor de Justiça Thiago Artigas Niclewicz

Os mandados cumpridos nesta manhã foram expedidos pela 10ª Vara Criminal de Curitiba, tendo como alvo o presidente da entidade. O cumprimento das medidas foi feito com apoio da Polícia Militar.

As ordens judiciais tiveram como objetivo o recolhimento de dinheiro armazenado na residência do investigado, em Curitiba, e em uma chácara de sua propriedade situada em Mandirituba, na região metropolitana da capital.

O material apreendido ainda não foi divulgado. Também foi determinado pela Justiça e cumprido o afastamento do sindicalista da presidência do Sindimoc.

Dinheiro do Sindimoc teria financiado compra de chácara

As investigações apontaram que parte do dinheiro desviado do Sindimoc teria sido usada para a compra de uma chácara em Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba. À época, a soma desviada seria de R$ 70 mil.A propriedade foi registrada em nome da então namorada de Anderson Teixeira, hoje sua esposa.

O Ministério Público cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de Anderson Teixeira. Além disso, a promotoria pediu o afastamento de Teixeira do cargo de presidente do Sindimoc. O pedido foi atendido pela Justiça que deve notificar o investigado.

O que disse o acusado?

Procurado pela reportagem, Anderson Teixeira negou que tenha sido pedido seu afastamento do sindicato. Ressaltou ainda que esclarecimentos serão feitos à tarde, durante uma entrevista coletiva.