Paraná Modelo e jogador de futebol

Sonho de menina… sonho de menino…

Região Sul é responsável pela descoberta de cerca de 70% das modelos profissionais brasileiras

Rodolfo Luis Kowalski

Pergunte para um jovem brasileiro o que ele quer ser quando crescer. Na maior parte das vezes, os meninos responderão jogador de futebol. Agora, se o mesmo questionamento for feito para uma menina, entre as respostas mais comuns estará modelo. É inevitável. Afinal, se nos gramados o Brasil teve Pelé, Ronaldos e Neymar, nas passarelas revelou nomes como Gisele Bündchen, Isabeli Fontana e Adriana Lima, fazendo com que a profissão se tornasse uma das mais cobiçadas por elas, que sonham com o glamouroso mundo da moda e o dia em que receberão altos cachês.

Na trajetória das três beldades, há em comum o fato de que todas foram descobertas em concursos de beleza, considerado uma espécie de peneira no meio da moda. E no próximo dia 20, Curitiba será palco da final do Amend Fashion Team, concurso nacional da Way Model Management, uma das principais agências do Brasil, em parceria com a Amend Cosméticos. O intuito é descobrir futuras estrelas das passarelas e dos comerciais.

De acordo com Paulo Costa, sócio-proprietário da Staff Models Management — mais antiga agência de Curitiba —, a região Sul do Brasil é o maior revelador de talentos para as passarelas. O Sul é responsável por 70% das modelos brasileiras. Desse total, 40% vêm do Rio Grande do Sul, 30% do Paraná e 30% de Santa Catarina, afirma.

Mas não é apenas o glamour e os incessantes cliques dos fotógrafos na vida das modelos. Assim como no caso dos meninos com o futebol, são poucas as jovens que conseguem construir uma carreira de sucesso. De cada dez meninas do Paraná que sonham em ser modelos, uma consegue ter algum sucesso — o que não chega a ser uma estatística ruim.

Em Curitiba, por exemplo, não dá para viver só da modelagem por causa do mercado, que é muito restrito. Mas quem começa aqui pode galgar para outros mercados, afirma Paulo Costa. Se a pessoa quer ser modelo mesmo, top model, tem que ir para São Paulo. Mas para lá vai gente do Brasil inteiro, então a concorrência é muito alta, a ponto de somente uma em cada dez meninas vingarem.

Diante das dificuldades do mercado, muitas jovens acabam vendo na modelagem uma oportunidade de complementar a renda com os cachês de ensaios, desfiles e trabalhos publicitários. Esse é o caso de Ana Carolina Geronasso, que iniciou a carreira como modelo quando tinha somente 14 anos — idade considerada ideal para uma menina iniciar. Hoje, aos 25, realiza apenas trabalhos selecionados, já que leva paralelamente a carreira de advogada na Capital paranaense.

Vida como modelo e carreiras paralelas

Mesmo trabalhando como modelo, sempre continuei estudando. Hoje sou formada em Direito e ser modelo me ensinou muito. Você tem de lidar com a concorrência, questão de autoaceitação, conhece muitas pessoas. Para qualquer carreira que vá seguir, a modelagem acaba ajudando. Mas tem que ter determinação, foco e ainda deve saber lidar com a rejeição, relata.

Diferentemente do que muitos podem imaginar, porém, as restrições — em especial as alimentares — não são tão grandes assim. Ao menos é o que garante Yohanna Greca, de 19 anos. Tem que estar sempre se cuidando na parte alimentar, praticando exercícios físicos… Mas não é nada fora do normal. Eu, por exemplo, consigo conciliar bem a carreira de modelo com o cursinho, diz a jovem. As vezes dá até para fugir um pouco e comer algo diferente, só não pode exagerar, complementa Ana Carolina.

Nascida em uma família de modelos — a mãe, que se chama Kalinka, e a tia, chamada Vanessa, já atuaram na área —, Yohanna está a vida inteira no meio da modelagem. Seu primeiro trabalho foi antes mesmo de completar um ano de vida, e desde os dois anos ela faz parte do quadro da Staff.

Minha família já é do meio, então eu sempre ia para ensaios. Quando cresci, ser modelo virou um sonho, conta Yohanna, que dois anos atrás chegou a largar a modelagem para estudar, mas acabou não resistindo. Não consegui ficar longe. Eu adoro a rotina de modelo e gosto de aparecer na TV, em outdoor. É muito gratificante, eu me sinto bonita.


De estranhas  à beldades

Na trajetória de Ana Carolina Geronasso e Yohanna Greca, um ponto em comum chama a atenção: quando crianças, as duas sofreram nas mãos dos colegas por serem diferentes (leia-se magras e altas). Quando eu era criança, como eu era muito alta, me sentia estranha. As crianças falavam absurdos no colégio. Quando vim para cá (Staff) e comecei a trabalhar com modelagem, me descobri como uma menina bonita, conta Ana Carolina. Hoje, porém, os papéis se inverteram. Esses dias, inclusive, um amigo dos tempos de escola me encontrou nas redes sociais e comentou sobre isso, falando que eu tinha virado um sucesso, brinca.


Concurso

– No dia 20 de agosto será realizada em Curitiba, a final regional do Amend Fashion Team, também com as candidatas escolhidas nas seletivas promovidas em Londrina e Maringá. A final regional acontece às 20 horas, no Restaurante 55, na Avenida Vicente Machado, 866 – Batel Soho.

– Realizado em 3 etapas o Amend Fashion Team vai passar por diversas cidades brasileiras em busca das new faces que vão integrar o casting da Way. A semifinal do concurso acontece em São Paulo no dia 30 de agosto e a grande final, também na capital paulista, será no dia 6 de setembro.

 

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