A tarifa de ônibus ficará “congelada” a R$ 4,50 por 30 dias nos créditos comprados por meio de cartão vale-transporte até 28 de fevereiro. Ontem, a passagem para as linhas de Curitiba passou de R$ 4,50 para R$ 5,50, no primeiro reajuste desde 2019.
O vale-transporte, que é carregado pelo empregador, representa a maior parte das passagens compradas na capital, com 47% de participação, seguido por dinheiro (24%) e cartão comum (usuário), com 15%.
O usuário que tinha 100 passagens a R$ 4,50 no seu vale-transporte até 28 de fevereiro, por exemplo, permanecerá com o mesmo número de bilhetes, com carência de 30 dias. Após esse período, o estoque passa a ser contado com passagem a R$ 5,50. Ou seja, de 100 passagens, o cartão terá 81 bilhetes.
O valor de R$ 5,50, no entanto, vale para novas recargas tanto para o cartão comum (carregado pelo usuário) como o vale-transporte (pelo empregador) a partir desta terça-feira (1/3). Saiba como carregar seus créditos.
Vale lembrar que todos os créditos que venceram durante a pandemia terão mais um ano de validade a partir de 28 de fevereiro.
Reajuste
Segundo a Urbanização de Curitiba (Urbs), o valor do reajuste, de R$ 1, é o mínimo possível para manter a sustentabilidade do sistema frente ao forte aumento dos custos relacionados ao transporte, que subiram muito acima da média da inflação desde 2019.
O diesel, por exemplo, acumula alta de 76%, enquanto o biodiesel subiu 131%. Além da inflação, a redução no movimento de passageiros causada pela pandemia é outro fator de forte pressão para o sistema.
O aumento da tarifa, no entanto, ficou limitado à variação do Índice Nacional de Preços (INPC), de 22%, entre fevereiro de 2019 e janeiro de 2022.
A chamada tarifa técnica, que representa o custo real por passageiro e é pago pelo município às empresas de ônibus de forma a manter o sistema em operação, subiu 32% desde 2019 e está atualmente em R$ 6,36. A projeção da Urbanização de Curitiba (Urbs), que gerencia o transporte coletivo na cidade, é que a tarifa técnica terá variação entre R$ 6,36 e R$ 7,20 até fevereiro do próximo ano.
Subsídio garante valor menor ao usuário
A diferença entre a tarifa do usuário e a tarifa técnica será bancada por meio de subsídio do Poder Público – prática usual no setor em todo o mundo – e que tem com objetivo não onerar muito os passageiros transportados.
A Prefeitura e o governo do Estado estão formalizando um convênio – a ser assinado em março – que prevê o aporte de R$ 60 milhões por parte do Estado e de R$ 97 milhões da Prefeitura para bancar a tarifa social.
A soma desses valores cobre o déficit projetado para o sistema em 2022 – ou seja, R$ 157 milhões – e garante o funcionamento, dentro do habitual padrão de qualidade e integração do transporte da capital ao longo do ano.
Tarifa Reduzida vai permanecer em 11 linhas
A Prefeitura vai manter a prática da tarifa reduzida fora do horário de pico em algumas linhas. As 11 linhas de ônibus que operam nesse modelo passaram a ter tarifa a R$ 4,50 a partir da zero hora de ontem. O reajuste é de R$ 1. O valor é válido das 9h às 11h e das 14h às 16h e para pagamento exclusivo com o cartão-transporte usuário. As linhas que adotam o sistema são 212 Solar, 213 São João, 214 Tingui, 265 Ahú-Los Angeles, 461 Santa Bárbara, 965 São Bernardo, 661 V. Lindóia, 662 Dom Ático, 666 Novo Mundo, 860 V. Sandra e 870 São Braz.
Presidente da Urbs vai à Câmara explicar o reajuste
Hoje, a Câmara Municipal de Curitiba receberá, no início da sessão plenária híbrida, às 9h, o presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto. Atendendo a um convite do presidente da CMC, Tico Kuzma, e do lider do governo, Pier Petruzziello, o gestor falará sobre o reajuste da tarifa do transporte coletivo e os subsídios do Governo do Estado e da Prefeitura para o sistema.
As sessões da Câmara de Curitiba são transmitidas pelo YouTube, Facebook e Twitter.
Aumento passa a valer no dia 15 nas linhas metropolitanas
As linhas que atendem a Região Metropolitana de Curitiba, coordenadas pela Comec, passarão a ter tarifa diferenciada para pagamento em dinheiro ou cartão. O reajuste da tarifa e passará a valer a partir do dia 15 de março, tanto para pagamento com o Cartão Metrocard quanto em dinheiro. Segundo o presidente da Comec Gilson Santos, o objetivo é oferecer um reajuste que beneficie o cidadão ao mesmo tempo em que incentive o uso cartão transporte. “A tarifa para pagamento no cartão para as cidades do primeiro anel, que hoje é de R$ 4,50, passará para R$ 4,75. Este reajuste significa 5,55%. Muito abaixo da inflação que tivemos no período e só está sendo possível graças ao subsídio garantido pelo governador Ratinho Junior”