Temporada nas praias do Paraná foi uma das piores em 50 anos

Dezembro foi promissor, mas as condições do tempo no começo do ano mudou tudo

Rodolfo Luis Kowalski

Antes do início da temporada de verão, a expectativa era grande (e positiva) entre os comerciantes do litoral do Paraná. E tudo parecia ir bem, tanto é que as praias do Paraná bombaram no final de ano. Mas aí veio janeiro, as chuvas e a coisa acabou tomando outro rumo, ao ponto de a Associação de Hotéis, Pousadas, Restaurantes, Bares, Casas Noturnas e Similares do Litoral Paranaense (Assindilitoral) estimar que esta foi uma das piores temporadas das últimas décadas.

Segundo Carlos Dalberto Freire, presidente da Assindilitoral e proprietário de um restaurante em Matinhos, até o dia 7 de janeiro ‘foi tudo muito bom’, com um movimento 20% superior ao registrado na temporada anterior. Depois, contudo, foram mais de 24 dias de chuva, inclusive com ocorrências de trovoadas fortes e vendaval no final da tarde.

Foi muita chuva e quem trabalha a noite teve um problema seríssimo, o que atrapalhou demais na média final. Tivemos uma das piores temporadas dos últimos 50 anos porque o tempo atrapalhou muito. Não adianta ter sete dias bons e 30 dias ruins, explica Freire.

No Carnaval, o movimento até voltou a dar uma aquecida. Como na quinta e sexta-feira anteriores ao feriado fez tempo bom, muitas pessoas desceram a serra para curtir a folia nas praias do Paraná. Sábado e domingo o cenário de tempo se repetiu, mas na segunda e terça-feira voltou a esfriar, ‘espantando’ os foliões que estavam no litoral.

No final de ano, os hotéis e pousadas estavam praticamente lotados. Já no Carnaval, foi menos de 50% da lotação, muito fraco para esse tipo de negócio, diz o presidente da Assindilitoral. Além do clima, o pagamento de impostos como IPVA, IPTU, compra de material escolar, tudo isso influenciou no Carnaval, complementa.

Com relação ao faturamento, Freire explica que ainda está sendo analisado o quanto a temporada de verão conseguiu injetar na economia do litoral paranaense. Com o movimento baixo registrado nos meses de janeiro e fevereiro, contudo, ele estima que o valor ficará pelo menos 40% abaixo do registrado em 2016/2017;

Também percebemos que influenciou bastante o fato de o pessoal estar mais pé no chão, não estão confiando na situação econômica do país. Brasileiro era extravagante nos gastos, mas hoje se segura mais, comenta o empresário. É uma situação bastante delicada e agora esperamos que as pessoas venham, porque aqui temos uma grande vantagem: temos as praias mais lindas e mais limpas do Brasil, finaliza.