Localizado no bairro São Francisco, em Curitiba, o Jaguara Bar tem feito sucesso não só com seus drinks, mas também com uma espécie de ‘tinder analógico’. São os eventos de Namoro Relâmpago (ou speed date), onde grupos de solteiros se reúnem para conhecer novas pessoas, conversar e, é claro, flertar. E o Bem Paraná participou dessa experiência na última semana, quando aconteceu a edição para homens e mulheres com 40 anos ou mais. Além do fotógrafo Franklin de Freitas, uma mulher, que pediu para não ser identificada, também deu seu depoimento sobre a noite.
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“Foi bem divertido, dei muita risada. Mas fui completamente sem expectativa. A ideia era conversar mesmo, conhecer pessoas e trocar ideia”, diz Ana* (nome fictício). “Eu tenho a comparação com o Tinder. Eu brincava com uma amiga que esse era o Tinder analógico. E eu, no Tinder digital, sou um desastre, não dei sorte nenhuma. Não gosto. Acho distante, que abre muita brecha para erros, para as pessoas mentirem, para você cair numa cilada. Mas ali [no speed date] você está cara a cara, né? Você está olhando para a pessoa, olhando no olho dela para conversar. Achei bem mais positivo”, emenda.
A opinião é parecida com a de Franklin, que também faz um comparativo entre os aplicativos de relacionamento e os encontros relâmpago.
“No aplicativo, se as ideias não estão de acordo, o flerte não é legal, você desfaz o match e acabou. No speed date, já tem que ter jogo de cintura suficiente para fazer aquele tempo passar logo, fazer a coisa fluir. Outra diferença é que no ambiente virtual as pessoas escolhem ambientes bonitos, as melhores fotos, existem muitos filtros. Pessoalmente, não. A pessoa está ali, 100% genuína.”
Como funciona o namoro relâmpago?
O speed date acontece uma vez por semana, geralmente na quarta ou quinta-feira. A cada edição, um público diferente participa. Há edições para héteros, para queer lésbica e queer gay, por exemplo, além de eventos com classificação etária (40+ ou 30 a 40 anos, entre outros).
Na última semana, por exemplo, 16 casais participaram (no caso, 16 homens e 16 mulheres, já que era uma edição hétero). O valor da inscrição é de R$ 100 por pessoa, com esse montante sendo revertido para consumação no estabelecimento. O Jaguara Bar abre as portas às 19 horas, mas o início do speed é às 20 horas.
Na edição hétero, os participantes recebem um número e uma etiquetas com seus nomes. As mulheres entram primeiro e ficam num lugar fixo, enquanto os homens entram na sequência para os encontros. E aí começa um rodízio: são sete minutos de conversa, em média, com cada participante. Passado esse tempo, uma atendente do bar já pede para o homem trocar de mesa e ir conversar com outra pessoa.
Nas edições LGBT, a dinâmica é um pouco diferente. Um grupo de participantes fica sentado e o outro, em pé. Depois da última rodada de conversa, os participantes podem conversar livremente entre si, para que todos tenham oportunidade de conversar com quem achou interessante.
Nas mesas que dão match – ou seja, que o encontro resulta num beijo na boca -, o casal beijoqueiro ganha um shot para brindar. Além disso, os casais que dão match também concorrem a um pacote de dates no Jaguara, para marcar numa data futura.
“Uma experiência nova, interessante”
Tanto Franklin como Ana não conheciam o Jaguara Bar. O primeiro ficou sabendo do namoro relâmpago pelas redes sociais, enquanto a segunda foi “intimada” por uma amiga que já havia participado de outra edição.
“Ela falou que era muito legal, que eles tinham feito um grupo no final, que não tinha pressão nenhuma e que todo mundo que tinha participado da outra vez sentia falta de conversar com as pessoas, ter uma troca mais pessoal mesmo. Aí ela me falou que ia sair a edição 40 mais e insistiu que eu tinha que ir com ela”, relata Ana. “Nunca tinha participado de nada parecido. Foi uma experiência nova, interessante”, comenta ainda Franklin.
Para ele, o que mais chamou a atenção foi como as conversas eram dinâmicas. “De um papo para o outro, a conversa era completamente diferente. De perguntas básicas como ‘o que você faz’, ‘onde mora’, mudava para algo do tipo ‘que loucura estamos fazendo aqui'”, diz o fotógrafo, relatando ainda ter notado pretensões diferentes entre homens e mulheres. “As mulheres, pelo menos no 40+, estavam afim de uma experiência diferente. Queriam ver como funcionava, queriam curtir o momento. Diferente da maioria dos homens, que estavam atrás dum relacionamento, uma parceira.”
Para Ana, a sistemática toda desenvolvida pelo bar para os encontros funciona muito bem. “Geralmente, quando saímos, as pessoas não querem nem conversar. E essa noite foi de bastante conversa, troca de ideias, falar sobre a gente e ouvir um pouco sobre o outro. E é assim que nasce um vínculo, né?”, destaca ela, contando ainda sobre uma cantada um tanto inusitada que recebeu.
“Teve uma cantada… Porque se você dá um beijo, cada um [homem e mulher] ganha um shot. E aí um cara chegou para mim e falou ‘vamos tomar um shot? Não é pelo beijo, é pelo shot mesmo’. Não funcionou comigo, mas depois ele conseguiu o beijo e o shot [risos]. Parece que já tem dois casais formados desse encontro, só daquele dia. Fizemos um grupo no WhatsApp com os participantes e já rolou um encontro da galera no último sábado”, conta.
Próximas edições do speed date
A próxima edição do speed dating do Jaguara Bar acontece amanhã (14 de agosto). Será uma edição hétero, para participantes (solteiros!) de 30 a 40 anos. Na semana seguinte (dia 21), mais uma edição hétero, mas daí para o público de 20 a 30 anos. Depois, nos dias 27 (quarta-feira) e 28 (quinta), acontecerão as edições queer lésbica e queer gay. As inscrições devem ser feitas pelo Instagram, enviando-se uma mensagem (DM) para o bar. O custo é de R$ 100, valor que é revertido em consumação.