O Tribunal de Justiça do Paraná, através da 3ª Câmara Criminal, confirmou o julgamento de recurso do caso conhecido como “Morro do Boi” para essa quinta-feira (18), às 13h30. Condenado a uma pena de 65 anos e 5 meses de reclusão, em regime fechado, o réu Juarez Ferreira Pinto entrou com recurso que será julgado. Entre os pedidos do réu está a anulação do processo e reconhecimento de inocência. Neste processo, Elias Mattar Assad atua como advogado de acusação em nome da vítima sobrevivente Monik Pegorari de Lima.
O caso — Osíris e Monik estavam na trilha do Morro do Boi, em Matinhos,quando foram abordados pelo assassino. Ele levou R$ 90 de Osíris e pediu para que Monik tirasse a roupa. O namorado interveio, foi baleado e morreu na hora. Monik também foi baleada e permaneceu 18 horas esperando por socorro. Nesse período, segundo ela, o suspeito retornou, e abusou sexualmente dela. Foi feito retrato falado assim que ela se recuperou, e semanas depois Juarez foi preso e reconhecido por Monik. Quatro meses depois, Paulo foi levado para a cadeia.
Sete pessoas foram presas em junho suspeitas de estarem envolvidas com o crime ocorrido no Morro do Boi, em Matinhos, litoral do Paraná. Quatro deles são policiais militares, um é delegado, um é investigador aposentado da Polícia Civil, e o outro já estava detido por tráfico desde 2010. Eles estavam sendo investigados pela suspeita de terem torturado e forçado a confissão de outro suspeito.
Em junho de 2009, a polícia prendeu Paulo Delci Unfried, suspeito de invadir uma residência e violentar uma mulher. Ele portava uma arma, que a perícia reconheceu como a mesma utilizada para matar Osíris. No entanto, mesmo com a confissão de Unfried, Monik reconheceu Juarez como culpado. Entre os detidos está um policial que é irmão de Juarez. Todos são suspeitos de terem forçado a confissão de Unfied em 2009. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) informou que eles também teriam manipulado notícias em veículos de comunicação do litoral e de Curitiba, para plantar dúvidas na população sobre o reconhecimento de Juarez pela vítima.