ACIDENTE CAMINHAO TOMBAMENTO
Caminhão tombado em rodovia federal: imprudência, excesso de carga e velocidade podem estar entre as causas (Franklin de Freitas)

Os casos de tombamento de caminhão se tornaram mais comuns nas rodovias federais ao longo do ano passado. Segundo informações levantadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), ocorrências desse tipo tiveram alta de 10,2% nas rodovias federais que cortam o estado (na comparação com 2023), enquanto os óbitos nessas situações avançaram 35,7%. Um cenário que reflete, conforme a corporação, dois fatores principais: o aumento da frota de caminhões e o desrespeito às normas de trânsito.

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De acordo com os dados oficiais, ao longo do ano passado 270 casos de tombamento de caminhões foram registrados em estradas federais, ante 245 registros no ano anterior. As mortes nesse tipo de ocorrência, por outro lado, passaram de 14 para 19 entre um e outro ano.

A principal causa para essas situações, aponta o PRF Filgueira, porta-voz da corporação, é a forma de condução dos veículos e a questão do excesso ou mal acondicionamento de cargas.

“Esses veículos maiores, se ele entrar numa curva mais fechada e numa velocidade mais alta, ele não consegue fazer [a curva]. É questão de física mesmo, ele vai tombar”, afirma o agente. “E o segundo ponto é a questão da carga. Então muitos desses veículos estão ou com excesso de carga, ou com a carga mal acondicionada: a carga ou está muito do lado ou está muito na traseira do veículo, e isso desestabiliza completamente o caminhão e acaba ocorrendo o tombamento”, emenda ainda ele.

Por outro lado, outros dois fatores podem ajudar a explicar o aumento na frequência dessas ocorrências em estradas federais. Um deles é o aumento de frota, com o modal de transporte rodoviário sendo cada vez mais utilizado. E outro ponto é justamente o excesso de peso em caminhões, com empresas por vezes colocando mais carga que o permitido nesses veículos.


“E uma carga acima [do limite] vai acabar ocasionando mais acidentes mesmo. E aí entra essa questão comportamental também, né? Muitas vezes, até pra fazer uma entrega mais rápido, chegar no seu destino com mais rapidez, esse motorista acaba abusando um pouco da velocidade e descuida”, afirma Filgueira.

Tombamentos causam prejuízo para toda a sociedade, ressalta Polícia Rodoviária

Nos casos de tombamento de caminhões, afirma a PRF, não é tão comum que terceiros (como condutores de outros veículos que trafegam pelas rodovias) sejam diretamente afetados por esses acidentes. Isso porque o mais afetado, geralmente, é o próprio motorista.

“Neste ano, por exemplo, tivemos aqui no Paraná 270 tombamentos de caminhões e 19 mortes. E a maioria das vítimas era o próprio condutor do caminhão, até porque muitas vezes ele está ali sem cinto de segurança. E aí, quando o veículo tomba, ele acaba sendo ejetado do veículo e atropelado pelo próprio caminhão”, explica o porta-voz da PRF.


Por outro lado, ainda que de forma indireta, toda a sociedade acaba tendo de arcar com o prejuízo causado por essas ocorrências. Isso porque um tombamento, por mais simples que ele seja (sem óbitos ou feridos, por exemplo, apenas com o caminhão que tombou), provoca a interdição da rodovia pela média de uma hora, mais ou menos.


“Ou seja, ele [caminhão que tomba] causa um grande prejuízo inclusive para os outros transportadores, para os outros motoristas e para toda a sociedade. Sem contar os custos sociais, os custos emocionais de tudo isso”, diz o PRF Filgueira, fazendo ainda um apelo às transportadoras. “Fazemos um apelo aqui até mesmo para as empresas, para que respeitem oslimites de carga do veículo, porque a gente observa que acaba sendo todo o sistema de transporte do país prejudicado por esses acidentes.”

Na Grande Curitiba, ocorrências tiveram queda em 2024


Diferente do que ocorreu no Paraná como um todo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) foi verificada a redução dos casos de tombamento e caminhões e nas mortes causadas por essas ocorrências. Conforme os dados da PRF, ao longo do ano passados 63 caminhões tombaram nas estradas que cortam Curitiba e os demais municípios metropolitanos, com duas mortes. No ano anterior (2023), haviam sido anotados 67 casos e três óbitos.