Tragédia da Voepass completa um ano: o que se sabe sobre a queda do avião que deixou 62 mortos

Editado por Josianne Ritz
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Divulgação

Há um ano, em agosto de 2024, 62 pessoas morreram na queda de um avião e até agora não se sabe quem são os responsáveis pela tragédia da Voepass. O relatório da Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) sobre as causas da queda segue pendente. O desastre de Vinhedo foi o mais grave no Brasil desde 2007, quando um avião da TAM ultrapassou a pista do Aeroporto de Congonhas e bateu em um prédio da própria companhia, matando 199 pessoas.

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O ATR 72-500 decolou de Cascavel, região Oeste do Paraná, às 11h58 do dia 9 de agosto de 2024 com destino a Guarulhos (SP), mas caiu em Vinhedo, no interior paulista, às 13h22, matando os 58 passageiros e quatro tripulantes a bordo. O relatório preliminar do Cenipa, divulgado em setembro de 2024, apontou que não houve comunicação de emergência antes da queda. Aponta também que o copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva relatou intensa formação de gelo minutos antes do impacto. Condições meteorológicas indicaram alta umidade e temperaturas abaixo de zero desde o centro-norte do Paraná até São Paulo, cenário que favorece gelo severo em aeronaves.

De acordo com o Cenipa, as informações climáticas estavam disponíveis antes do voo e os pilotos, que possuíam mais de 5 mil horas de voo, tinham treinamento específico para lidar com essa situação. A aeronave, fabricada em 2010, era certificada para voar em condições de gelo, e as duas comissárias de bordo também estavam com todas as licenças e habilitações em dia

Tragédia da Voepass: comissão da Câmara votará relatório na quarta

A comissão externa da Câmara dos Deputados sobre a tragédia da Voepass ocorrido em Vinhedo (SP) marcou reunião na próxima quarta-feira (13), às 14h30, para analisar e votar o parecer final do relator, deputado Padovani (União-PR).

Em suas conclusões, o relatório de Padovani avalia que as gravações dos pilotos na cabine podem ser fundamentais para esclarecer o episódio. Além disso, ele alerta para outros fatores, como:


No parecer, o parlamentar também questiona por que a aeronave foi autorizada a decolar, mesmo diante dos riscos conhecidos para operação daquele modelo diante de situações meteorológicas desfavoráveis.


Padovani critica ainda a atuação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), considerada “no mínimo hesitante” e pouco esclarecedora em diversas situações, como diante de denúncias sobre condições trabalhistas e salariais na Voepass.

Voepass paralisou atividades

A Voepass paralisou as atividades em junho, após ter seu certificado de operação cassado. Recentemente, ex-mecânicos relataram que problemas verificados na véspera no ATR 72-500 não teriam recebido atenção devido a pressões internas.

Homenagem aos mortos na tragédia da Voepass

Uma homenagem aos mortos na tragédia da Voepass foi realizada na Igreja Batista Água Viva, no bairro Mirante Estrelas, em Vinhedo, na manhã deste sábado (9). Foi organizada pela Associação dos Familiares das Vítimas do Voo 2283.

Entre as autoridades, estiveram presentes representantes da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Científica, o delegado-chefe da Polícia Federal de Campinas, Edson Geraldo de Souza, e o diretor do Instituto Nacional de Criminalística, Carlos Palhares.