Um tremor de intensidade moderada foi registrado na tarde de sexta-feira (15) em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, sem causar feridos ou danos a propriedades. Moradores de bairros como Jardim Carvalho, Neves e Uvaranas relataram ter sentido o abalo e acionaram o Corpo de Bombeiros, assustados com o ocorrido.
O Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) registrou o tremor de 2,6 na escala Richter às 15h24. Segundo a corporação, empresas mineradoras na região informaram que, próximo ao horário do abalo, houve detonações controladas na mina Bocaina – Sagrado Coração, localizada a cerca de 22 km do centro de Ponta Grossa. A detonação, acompanhada pelo Exército Brasileiro, ocorre em média a cada dois meses.
Pesquisadores do Observatório Nacional (MCTI) devem analisar os dados para confirmar se o tremor teve origem natural ou foi provocado pelas detonações.
Histórico de tremores recentes no Paraná
Em 2017, moradores de Rio Branco do Sul e cidades da Região Metropolitana de Curitiba relataram um tremor de 3,5 graus na escala Richter, registrado pelo Centro de Sismologia da USP.
À época, o morador do Morro do Ademir Marcelo Favoni descreveu o tremor como um forte barulho seguido de movimento que durou 3 a 5 segundos, sensação diferente das explosões diárias de minas na região.
O tremor também foi sentido em Itaperuçu, Almirante Tamandaré, Colombo e Curitiba, mas não houve registros de feridos ou danos. O Centro de Sismologia da USP explica que abalos sísmicos ocorrem semanalmente no Brasil, mas raramente são percebidos pela população.
O Paraná já registrou outros tremores ao longo dos anos, como em Londrina (2015-2016) e em 1º de janeiro de 2011, com epicentro na Argentina, sentido também em cidades do estado e em regiões vizinhas. Estudos indicam que a maior parte desses tremores ocorre devido a fraturas naturais na crosta terrestre, embora a proximidade de áreas urbanas possa aumentar a percepção do fenômeno.