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Foto: Henrique Staron

Nesta sexta-feira (19), o Colégio Estadual Emílio de Menezes (Capão da Imbuia) e a Escola Estadual Papa João Paulo I (Boa Vista) recebem rodas de leitura para alunos. Na segunda (22), o Colégio Estadual Prof. Narciso Mendes (Xaxim) segue o exemplo. As iniciativas vão ocorrer em sala de aula e serão acompanhadas por professores. O projeto é parte da iniciativa “Até que a literatura nos separe”.

O intuito dos eventos é instigar a reflexão literária, incentivar a produção de crônicas e fortalecer a expressão emocional e autoconhecimento dos estudantes.

Ao todo, cerca de mil alunos do Ensino Fundamental ao Ensino Médio e docentes vão participar desses encontros, que serão realizados pelas mediadoras de leitura Carla Viccini, Elaine Minami, Taíne Alves e Geisa Pelissari.

O que são e como vão funcionar as Rodas de Leitura?

As Rodas de Leitura são encontros coletivos para a discussão, troca de experiências e prática pedagógica para a formação de leitores. Elas criam um espaço de diálogo onde a literatura é discutida de maneira crítica, reflexiva e vai além do simples ato de ler.

Ao chegar nos locais, as mediadoras vão distribuir aos educandos monóculos com fotos que representem a relação afetiva entre casais. O objetivo é que os estudantes busquem a visão poética nessas imagens para a criação de uma crônica.

Monóculos de fotos são dispositivos cônicos de plástico – usados no passado como recordação de eventos e viagens – que permitem visualizar fotografias em filme através de uma lente de aumento e contra a luz.

“Essa iniciativa terá um aspecto motivador para a leitura dessas crônicas de relações afetivas, de amores e desamores, uma vez que aguça a curiosidade e propicia um momento de diálogo sobre o cotidiano”, explica a idealizadora do projeto cultural e doutoranda em Letras pela UFPR, Taíne Alves.

O que é uma crônica?

É um texto narrativo curto que aborda acontecimentos diários com uma perspectiva pessoal e reflexiva. É um estilo que mistura elementos jornalísticos e literários, explora o dia a dia com humor, ironia, crítica social e sensibilidade.

Normalmente a crônica utiliza linguagem coloquial, próxima da fala, tem o objetivo de estabelecer uma conexão com o leitor e abordar determinados comportamentos, situações ou instituições. Ao mesmo tempo, transforma o ordinário em extraordinário, utiliza o cotidiano como palco para reflexões, observações e emoções.

Desfechos afetivos como gancho para a leitura

Para incentivar o hábito da leitura nos estudantes e despertar ainda mais o gosto pelas crônicas, as mediadoras vão apresentar textos dos escritores brasileiros Luís Henrique Pellanda, Rubem Braga, Miguel Sanches Neto, Fernanda Takai entre outros.

“Em se tratando de crônicas sobre relações afetivas — com seus encantos, dores e finais inesperados – os brasileiros são especialistas no assunto. Por isso, os alunos devem se divertir com suas escritas e leituras compartilhadas”, complementa o ator, escritor, mediador de leitura e produtor do projeto, Cristiano Nagel.

Diferentes ações

Essas ações que vão acontecer nos colégios públicos da capital paranaense foram previamente agendadas com as instituições de ensino selecionadas para o “Até que a literatura nos separe”.

Ao todo, o projeto cultural contempla 175 Rodas de Leitura, 2 oficinas de produção de crônicas com o escritor Luís Henrique Pellanda e 1 oficina de expressão criativa com a professora de arte, Edeliz Klaumann. Todas as ações são gratuitas. E para garantir a acessibilidade, as oficinas têm intérpretes de libras.

O projeto cultural Até que a literatura nos separe é realizado com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura – Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba, com o apoio da Universidade Positivo e Colégio Positivo.