Foto: Roberto Dziura Jr/AEN

O IBGE publica nesta quinta (25) pesquisa referente à Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) em 2024. O documento trata do valor e quantidade em torno da exploração de florestas plantadas visando fins comerciais (silvicultura), além do extrativismo vegetal de recursos naturais.

O estado teve recorde de R$6,9 bilhões no setor, contando com um acréscimo de 20,7% em comparação com 2023. O ano segue a tendência que ocorre desde 1991 com a silvicultura ultrapassando o valor da extração vegetal. O recorte teve aumento de 24,09% em relação ao ano anterior. A extração vegetal, por sua vez, teve retração de 7,13%. 

No tocante ao valor de produção florestal no Brasil, Minas Gerais, Paraná e São Paulo responderam juntos por 48% da produção nacional, sendo que Minas Gerais se destacou principalmente pela produção de carvão vegetal, e Paraná e São Paulo pela produção de madeira em tora.

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Produção Florestal do Paraná em números

O valor da produção florestal no Paraná, que agrega a silvicultura e a extração vegetal, teve um crescimento de 20,7% de 2023 para 2024, com a silvicultura respondendo por 91,65% (R$ 6,34 bilhões) e a extração vegetal por 8,35% (R$ 577 milhões). Ao analisar os municípios paranaenses, fica clara a pulverização da produção agrícola por todo o estado, que na PEVS registrou produção em 391 dos 399 municípios paranaenses.

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Ao remontar a série histórica da produção florestal no Paraná, com dados de 1994 a 2024, fica latente o salto da exploração de florestas plantadas para fins comerciais (silvicultura) frente à exploração dos recursos vegetais naturais (extrativismo vegetal).

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A produção da Silvicultura no Paraná

Com o avanço da silvicultura, a partir de 2019, o valor da produção no estado cresceu 95%. Madeira em tora liderou novamente o ranking paranaense em 2024, com R$ 5,25 bilhões (82,86%), seguida pela produção de lenha, com R$ 950 milhões (14,99%), carvão vegetal com R$ 121 milhões (1,91%), e outros produtos com R$ 15 milhões (0,24%).

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Impulsionado por avanços tecnológicos, o estado mantém a liderança nacional na produção de Lenha e de Madeira em tora. No ranking brasileiro de produção de madeira em tora, o Paraná liderou com 20,5% da produção nacional, mais de 38,5 milhões de metros cúbicos produzidos e com valor de produção de R$ 5,2 bilhões. Ao desmembrar este mesmo ranking, o estado também lidera a produção nacional nos segmentos de Madeira em tora de pinus para papel e celulose (50,8%), Madeira em tora de outras espécies para papel e celulose (71,4%), Madeira em tora para outras finalidades (32,2%) e Madeira em tora de pinus para outras finalidades (52,8%).

O Paraná responde por 25,8% da produção nacional de lenha, que alcançou um incremento de 1,7% em relação a 2023, somando 13,9 milhões de metros cúbicos.

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“O Brasil é o maior produtor e exportador de celulose, liderança mundial, e para o extrativismo podemos observar que nos últimos dois anos, 2022 e 2023, tivemos uma certa estabilidade, mas agora em 2024 o valor de produção voltou a crescer. Madeira em tora para papel e celulose teve um crescimento muito superior aos demais produtos, principalmente em razão das exportações”, destaca o gerente de Agricultura do IBGE, Carlos Alfredo Guedes.

Ranking nacional de Valor da Produção por Município

O município paranaense de General Carneiro, manteve a liderança no ranking de valor da produção da silvicultura, com um aumento de 10,3% em relação a 2023 e R$ 637,2 milhões em 2024. O município, que é grande produtor de Madeira em tora para outras finalidades, expandiu o volume de produção neste segmento em 6,3%, gerando um incremento de 11,7% no valor da produção, que atingiu R$ 420,6 milhões. Em contrapartida, a Madeira em tora para papel e celulose registrou redução de 1,7%. O Carvão vegetal e a Lenha apresentaram crescimentos de 15% cada, em relação à quantidade produzida no município. Do valor total de produção no município, R$ 612,7 milhões corresponderam à produção de madeira em tora, R$ 13,8 milhões em lenha e R$ 10,8 milhões em carvão vegetal. No ranking dos 15 municípios com maior valor de produção na silvicultura nacionalmente, também foram destaque os municípios paranaenses de Sengés (8° lugar), Cruz Machado (11º lugar), Telêmaco Borba (14º lugar) e Bituruna (15º lugar).

Já na extração vegetal, o destaque paranaense ficou com o município de São Mateus do Sul, que alcançou o 8º lugar no valor da produção nacional, com R$ 117,7 milhões. O valor da produção de São Mateus do Sul foi quase integralmente pela extração de erva-mate, que totalizou R$ 117 milhões, além disso, R$ 720 mil foram pela produção de pinhão. Na extração vegetal, o pinhão se destacou entre os produtos não madeireiros, pois, apesar de um pequeno aumento de 0,7% na quantidade, apresentou aumento de 15,1% no valor da produção, alcançando R$ 76,8 milhões no Brasil em 2024. O Estado do Paraná foi o principal produtor, respondendo por 35,4% do volume nacional.

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Paraná possui a maior área de floresta plantada de Pinus no Brasil

O Paraná apresentou uma área plantada de 1,2 milhão de hectares, com aumento de 1,6% em relação a 2023. O estado ocupa a quarta posição nacionalmente em extensão de áreas de floresta plantada, atrás de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Em relação ao cultivo de pinus, o Paraná possui a maior área plantada de pinus no país. Ao segmentar as áreas entre as espécies pesquisadas pela PEVS, o Paraná destina 670,7 mil hectares para o cultivo de pinus, 464,4 mil hectares para o cultivo de eucalipto e 22,6 mil hectares para outras espécies.

Eucalipto e pinus, juntos, foram responsáveis pela cobertura de 96,2% das áreas cultivadas com florestas plantadas para fins comerciais no país. As áreas de eucalipto somaram 7,7 milhões de hectares, o que corresponde a 77,6% do total de área de floresta plantada no Brasil, além disso, pinus respondeu por 18,6% e outras espécies por 3,8%. Na indústria de papel e celulose, enquanto o eucalipto serve de matéria-prima para a produção de celulose de fibra curta – utilizada principalmente na fabricação de papéis, como os de imprimir, escrever e para fins sanitários –, a madeira de pinus é destinada à produção de celulose de fibra longa – utilizada na fabricação de papel de qualidade superior, que demanda maior resistência. 

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Para entender mais sobre a PEVS

A Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) constitui a principal fonte estatística sobre o acompanhamento sistemático da exploração dos recursos florestais em todo o Território Nacional. Com esta pesquisa, o IBGE apresenta os principais resultados da PEVS relativos a 2024, contemplando a quantidade e o valor da produção decorrente dos processos de exploração dos recursos vegetais nativos e das áreas de florestas plantadas, por Grandes Regiões, Unidades da Federação e Municípios. No âmbito do extrativismo vegetal, são consideradas informações sobre a coleta de alimentícios, borrachas, ceras, fibras, madeiras, oleaginosos, entre outros produtos, bem como sobre a produção de nó-de-pinho, árvores abatidas e madeira em tora do pinheiro-brasileiro nativo. No que diz respeito à silvicultura, destacam-se informações sobre cascas de acácia-negra, folhas de eucalipto, resina, além da produção de carvão vegetal, lenha e madeira em tora, segundo os principais grupos de espécies florestais plantadas para exploração (eucalipto, pinus e outras). A análise enfoca a participação relativa dos segmentos considerados no valor total da exploração florestal, com referências às produções obtidas nos maiores centros produtores do País.