Vestibulandos ‘rejeitados’ entram com ação contra a UFPR; Justiça dá prazo de 3 dias

Redação Bem Paraná

Franklin de Freitas

A Justiça Federal deu nesta segunda-feira (6) um prazo de três dias para a Universidade Federal do Paraná (UFPR) se posicionar sobre a situação de candidatos ao vestibular que foram “rejeitados” da lista de aprovados. Isso porque sete estudantes que estavam entre os 31 removidos da lista entraram com uma ação na Justiça.

A decisão do prazo é da juíza Vera Lúcia Feil Ponciano.

Na ação dos estudantes, os advogados colocam três alternativas. Uma delas seria suspender todo o processo do vestibular até que os fatos sejam esclarecidos. Outra seria suspender o processo apenas dos cursos afetados pelo erro da UFPR. A terceira pede que os 31 estudantes sejam reincluídos entre os aprovados, sem que os 31 novos aprovados sejam retirados da lista. Ou seja, todos seriam aprovados. O prazo para matrícula vai até esta quarta-feira (8).

Em nota na noite desta segunda-feira, a UFPR disse apenas que ainda não foi notificada e que, quando isso acontecer, prestará os esclarecimentos necessários.  

O caso

Na terça-feira (31), a Universidade Federal do Paraná divulgou a lista de aprovados no vestibular 2021. No dia seguinte (quarta-feira, 1º), a UFPR afirmou que houve um erro no processamento dos resultados. Não foram computados os ajustes nas notas de produção de texto decorrentes de recursos interpostos por candidatos – que foram deferidos após análise. Com isso, houve a substituição de 31 dos 4.229 nomes que constavam nesta lista por outros que não estavam listados.

A lista foi alterada nos cursos de Medicina-Curitiba (21 vagas), Medicina-Toledo (4 vagas), Direito-manhã (2 vagas), Odontologia, Fisioterapia, Biomedicina e Medicina Veterinária-Curitiba (1 vaga em cada curso).

Na sexta-feira (3), o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, lamentou o ocorrido e disse que os estudantes que tiveram a aprovação cancelada só poderão integrar os quadros da universidade por chamadas complementares. Segundo ele, a instituição não vai criar 31 vagas extras. “Não temos como regulamentar essas vagas e no curso de medicina, onde 21 estudantes foram prejudicados, é proibida a criação de novas vagas desde 2018”, afirmou Fonseca.

Histórico

No vestibular de 1990, houve um erro semelhante. A nota da prova discursiva não foi programada como eliminatória, ao contrário do que dizia o regulamento previsto para o concurso. O erro derivou em 486 alunos aprovados indevidamente. Os alunos prejudicados – que deveriam ter sido aprovados – entraram com recurso. No fim, todos acabaram incluídos na matrícula para o primeiro ano.