O dia de ontem (18 de fevereiro) foi marcado por um episódio emocionante em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. Já no final da tarde, um casal chegou desesperado na sede do 9º Batalhão de Bombeiros Militares, carregando a filha pequena, de apenas um ano e quatro meses de idade, no colo. Ela havia se afogado na piscina de sua casa e ficou submersa por cerca de seis minutos.
O esforço para salvar a vida da criança teve início já com a Polícia Militar (PM) apoiando a família no deslocamento pelo trânsito até a chegada ao quartel de Bombeiros da Vila A. No local, a menina foi rapidamente atendida pelos bombeiros de plantão, que iniciaram as manobras para reversão do afogamento.
Durante a intervenção, outros bombeiros chegaram e assumiram funções no rodízio para a execução das massagens de reanimação, já que o processo é especialmente delicado em uma criança. Além disso, uma viatura de intervenção rápida (VIR) do SAMU com a médica também foi acionada na ocorrência.
“Foram 30 a 40 minutos somente de manobra. Tanto de massagem, de reanimação, como também manobras invasivas, com a presença da equipe médica. Quando ela apresentou um quadro que nos permitiu o transporte dessa vítima, quando a pulsação foi perceptível tanto na palpação como no monitoramento cardíaco, nós a transportamos para o Hospital Municipal”, explicou o tenente Rogério Oliveira.
Final feliz
Assim, pouco antes das 19h, a criança pôde ser levada para dentro da ambulância. O transporte até o Hospital Municipal foi rápido, acompanhado por três veículos do Corpo de Bombeiros e pela viatura da Polícia Militar. “Eu tenho criança, muitos aqui têm crianças. Todo mundo ficou muito emocionado”, disse o oficial. O vídeo do atendimento mostra, inclusive, os bombeiros se cumprimentando com o esforço coletivo.
De acordo com o tenente Rogério Oliveira, o mutirão envolveu pelo menos 20 profissionais, incluindo 3 do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). “Estava preocupado com várias coisas ao mesmo tempo, todo mundo estava muito emocionado. Mas naquele momento fomos muito técnicos. Vários profissionais chegaram durante o atendimento, tinha gente de folga que passou a integrar a equipe de intervenção também. Foi um trabalho muito dinâmico, com uma concentração muito grande de técnica e energia”, comentou.
Nesta quarta-feira (19), os bombeiros receberam uma boa notícia do pai da criança. Ela está no Hospital Costa Cavalcanti ainda em estado grave, mas estável.
“Ele nos passou que ela está respirando quase que sozinha, coração batendo sozinho, apenas secreção no pulmão. Irão tirar a sedação dela em 48 horas, procedimento padrão do hospital. Então, ela está no processo de melhora”, afirmou o tenente.
A cada dia, 27 crianças hospitalizadas
A cada dia, 27 crianças são hospitalizadas no Paraná por causa de ocorrências como acidente de trânsito, afogamentos, quedas e sufocações.
O levantamento, feito pelo Bem Paraná a partir de duas bases de dados (o Sistema de Informações Hospitalares e o Sistema de Informações sobre Mortalidade), revela ao longo da década analisada 77.943 crianças foram hospitalizadas por causa de acidentes no Paraná, sendo que apenas os estados de São Paulo (174.104 internações) e Minas Gerais (96.448) tiveram mais registros. Além disso, as ocorrências acidentais também provocaram a morte de 2.154 jovens no estado, sendo que apenas São Paulo (5.127 óbitos), Rio de Janeiro (3.046), Minas Gerais (2.791) e Bahia (2.354) tiveram mais fatalidades, em números absolutos.
Com relação às internações, as principais causas de hospitalização de crianças no Paraná são quedas acidentais (39.074 registros entre 2012 e 2021), queimaduras (29.155) e acidentes de trânsito (7.661).
Quanto aos óbitos, as principais causas acidentais de mortes infantis no Paraná são acidentes de trânsito (968 óbitos ao longo de uma década), sufocação (589) e afogamentos (394).