Paraná Caso de polícia

Violência em bar de Curitiba: jovem é agredida por segurança. Veja vídeo

Josianne Ritz
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Reprodução

Violência em bar de Curitiba: uma jovem de 27 anos foi agredida por um segurança na noite de quarta (1) no bar Invasão do Teatro na Rua Amintas de Barros, 37, no Centro de Curitiba. O agressor chegou a ser detido pela Guarda Municipal de Curitiba, mas a Polícia Civil não manteve o flagrante.

Segundo o Boletim de Ocorrência, o segurança Kennedy Felipe Teixeira Barbosa dos Reis, 37 anos, se aproximou de um grupo de oito jovens que estavam na frente do bar dizendo que o cheiro de maconha estava incomodando os clientes do estabelecimento e afirmou que era policial, o que não é verdade. Poucos minutos depois, a vítima então entrou no bar para comprar um refrigerante.

Segundo depoimento dela, todos os funcionários estavam atrás do balcão e ela disse que queria comprar algo. Foi quando a vítima falou para o segurança que não estavam fumando maconha. O agressor então teria dito que ela estava gritando com ele e a mandou calar boca. “Então, ele saiu de trás do caixa e veio em direção dela. O amigo da vítima entrou no meio e disse que não precisava disso tudo”, diz texto do boletim de ocorrência.

O segurança então sacou um simulacro e apontou na cabeça do amigo da vítima e reafirmou que era policial. Depois agrediu a jovem, puxou seu cabelo, deu socos, bateu nela com arma e a jogou para fora do bar. As testemunhas confirmaram à polícia todas as informações da vítima.

“Não podemos mais admitir que a violência contra a mulher seja invisibilizada”, diz a vítima

“Este ato covarde e desproporcional não foi apenas uma agressão física, mas também uma grave violência contra mim enquanto mulher, expondo um problema muito maior que ultrapassa o caso individual: a normalização da violência de gênero em espaços públicos”, disse a jovem que foi agredida ao Bem Paraná. Ela não quis se identificar com medo de represálias.

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“É inadmissível que mulheres continuem sendo alvo de abusos, humilhações e agressões em locais onde deveriam estar protegidas e respeitadas. O que me aconteceu não pode ser tratado como um simples excesso, trata-se de violência contra a mulher, um crime que precisa ser denunciado e punido com todo o rigor da lei. Faço este relato não apenas em meu nome, mas em nome de todos que sofreram agressões no mesmo. Não podemos mais admitir que a violência contra a mulher seja invisibilizada”, disse ela.

“Peço justiça. Peço responsabilização do agressor e posicionamento do estabelecimento que permitiu que esse episódio ocorresse. Não é apenas uma questão pessoal, é uma questão social: cada agressão contra uma mulher é um ataque à nossa dignidade e aos nossos direitos mais básicos”, disse ela.

A reportagem do Bem Paraná entrou em contato com o Bar Invasão do Teatro, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem. Também tentou conversar com o o segurança Kennedy Felipe Teixeira Barbosa dos Reis. A reportagem pode ser atualizada assim que o bar ou o segurança se manifestarem.

Repercussão da violência em bar de Curitiba nas redes sociais

A violência em bar de Curitiba repercutiu nas redes sociais. A Batalha da Menô, por exemplo, publicou uma nota repúdio. “Durante o evento, uma mulher, organizadora de batalha e agente ativa da cultura hip-hop na cidade foi brutalmente agredida pelo segurança do estabelecimento. A vítima foi alvo de socos, puxões de cabelo, empurrões e, em seguida, expulsa à força do local É inadmissível que espaços culturais, que deveriam ser ambientes de convivência, arte e liberdade, se tornem palcos de violência e agressões machistas. A violência contra mulheres segue sendo uma chaga estrutural em nossa sociedade e precisa ser denunciada e enfrentada em todas as suas formas — sobretudo quando ocorre em ambientes que se propõem a receber o público e promover a cultura”, diz a nota.

“Nos solidarizamos com a vítima e reafirmamos nosso compromisso com a luta contra a violência de gênero, o machismo e qualquer forma de opressão. Exigimos que medidas sejam tomadas imediatamente pelos responsáveis pelo estabelecimento e que as autoridades competentes apurem o caso com a seriedade e urgência que ele requer”.