Pernambuco elegerĂ¡ hoje a primeira governadora, apĂ³s definir o fim da hegemonia de 16 anos do PSB no Estado. Raquel Lyra (PSDB) e MarĂlia Arraes (SD) disputam o PalĂ¡cio Campo das Princesas em um segundo turno marcado por acusações e insinuações envolvendo os campeões de rejeiĂ§Ă£o no Estado, o governador Paulo CĂ¢mara (PSB) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), alĂ©m de uma batalha paralela de ações judiciais no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE).
Ainda no domingo do primeiro turno, recolhida no luto pela morte do marido, Raquel Lyra recebeu o apoio de Miguel Coelho (UniĂ£o Brasil), com quem a tucana tentou a convergĂªncia de candidaturas na prĂ©-campanha. Nas semanas seguintes, a ex-prefeita de Caruaru reuniu apoios de legendas como o Podemos e o PP, alĂ©m de parte expressiva do MDB. O PL de Anderson Ferreira nĂ£o se posicionou, mas hĂ¡ proximidade.
A neutralidade na disputa nacional, porĂ©m, permitiu que lideranças de esquerda, rivais a MarĂlia Arraes, tambĂ©m se reunissem no seu palanque. Parte do PT, que oficialmente apoia MarĂlia, estĂ¡ com a tucana, assim como a maioria do PSB e algumas lideranças da Rede Sustentabilidade, como o deputado federal TĂºlio Gadelha. O parlamentar rachou a federaĂ§Ă£o com o PSOL no Estado ao declarar apoio Ă tucana.
Diante da presença de diversos bolsonaristas e da neutralidade estratĂ©gica do palanque adversĂ¡rio, MarĂlia Arraes aposta na associaĂ§Ă£o de Raquel Lyra a Bolsonaro, dono de alta rejeiĂ§Ă£o no Estado. O movimento foi reforçado quando a deputada recebeu o apoio formal de Lula, que no primeiro turno estava oficialmente com Danilo Cabral, candidato do PSB. Ela tambĂ©m conseguiu reunir em seu palanque adversĂ¡rios histĂ³ricos, como o senador Humberto Costa (PT) e o prefeito JoĂ£o Campos (PSB), apoiadores do ex-presidente.
A batalha de rejeições tambĂ©m envolve o governador Paulo CĂ¢mara. Raquel Lyra insiste em colocar a adversĂ¡ria como uma candidata de continuidade apĂ³s o PSB declarar, numa nota na qual nĂ£o cita nomes, apoio a MarĂlia Arraes. Em tempo: os socialistas liberaram as bases para apoiar a tucana, o que a candidata do Solidariedade denuncia.
JUSTIÇA. Essa disputa ainda ocupou as inserções televisivas, e tambĂ©m a Justiça Eleitoral. Raquel Lyra venceu diversas ações contra a campanha adversĂ¡ria por causa da associaĂ§Ă£o entre sua candidatura e a de Bolsonaro.
Nessa reta final, MarĂlia Arraes perdeu 49 inserções, mas insistiu nos debates que a neutralidade da tucana Ă© na verdade uma forma de apoiar o atual presidente e enganar lulistas.
As informações sĂ£o do jornal O Estado de S. Paulo.