
A Polícia Civil do Paraná abriu inquérito nesta segunda-feira (28) para investigar o caso de um ônibus escolar que foi atacado e teve janelas quebradas ao passar por um protesto bolsonarista contra o resultado das eleições presidenciais no segundo turno, em Bandeirante, na região Norte do Paraná. “A PCPR instaurou um inquérito policial para investigar o caso e todas as diligências cabíveis estão sendo realizadas. Envolvidos e testemunhas estão sendo ouvidas. A princípio, o ônibus foi atingido por disparos de arma de airsoft e uma pedra. O autor dos disparos foi identificado. O fato ocorreu na quarta-feira (23), em Bandeirantes, e ninguém ficou ferido”, diz nota da Polícia Civil.
O ônibus escolar que transportava cerca de 30 alunos do Colégio Estadual do Paraná Cyriaco Russo, em Bandeirantes, no Norte do Estado, foi alvo de ataque na noite de quarta-feira (23), por volta das 21h30. Estudantes disseram que um homem fez dois disparos de arma de fogo contra o coletivo, quando passava na frente à base militar Tiro de Guerra, na Avenida Edelina Meneghel Rando, onde havia concentração de manifestantes em uma das entradas da cidade. Os alunos fizeram “L” em alusão ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Nesse momento, tiros teriam sido disparados contra o ônibus, quebrando ao menos duas janelas. Ninguém ficou ferido. Os alunos do colégio voltavam de um evento de Fanfarra, na cidade de Itambaracá (PR), quando o ataque aconteceu.
O boletim de ocorrência foi registrado na 2ª Companhia do 18º Batalhão da Polícia Militar. De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela diretora da escola e pelo motorista do ônibus, “às 22h um homem procurou a Polícia Militar relatando que transportava alunos da fanfarra quando na Avenida Edelina Meneghel Rando, nas proximidades do Tiro de Guerra, os alunos perceberam quando o ônibus foi atingido por um disparo de arma de fogo. Relatou também que foi constatado que duas ianelas do ônibus foram danificadas”.
Outro boletim de ocorrência, registrado por manifestantes, acusa a diretora, o motorista e os estudantes de fazerem falsa comunicação de crime. “Às 22h45 dois homens procuraram a Polícia Militar informando que faziam parte dos manifestantes que se encontravam nas proximidades do Tiro de Guerra e que a versão relatada sobre o ônibus de alunos ter sido atingido por um disparo de arma de fogo não procede. Relatou ainda que tomaram conhecimento que o ônibus fora alvo de um apedrejamento na cidade de Itambaracá e que tentaram atribuir o dano aos manifestantes, visto que já por algumas vezes quando transportes com alunos passam pelo local da manifestação acabam por gritar a expressão ‘Faz o L'”.