
A convocação de uma suposta “meganifestação nacional pela retomada do poder” pelas redes sociais em Curitiba e outras capitais brasileiras, ontem, levou as forças de segurança do Paraná a entrarem em alerta para a possibilidade de novos atos golpistas no Estado. No final do dia, porém, as ameaças não se confirmaram, e os atos esvaziados fracassaram. No Centro Cívico, em Curitiba, cerca de dez pessoas se reuniram na Praça Nossa Senhora de Salete, sob os olhares de um grande contingente policial mobilizado para proteger o Palácio Iguaçu e as sedes dos outros poderes.
O aparato reunido incluiu vários ônibus da PM, viaturas, tropa de choque, policiais da inteligência descaracterizados e drones. O governo do Estado e o Ministério Público do Paraná anunciaram durante o dia, o monitoramento da convocação para os protestos. Ao mesmo tempo, em Brasília, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, determinou, entre outros pontos, que autoridades tomassem providências para evitar bloqueio de vias e invasão de prédios públicos. O objetivo da ordem foi evitar a repetição de cenas como as que ocorreram no domingo, em Brasília, quando o Supremo Tribunal Federal, o Palácio do Planalto e o Congresso foram invadidos e vandalizados por bolsonaristas inconformados com o resultado das eleições. Ele determinou que autoridades locais devem prender em flagrante quem ocupar e obstruir vias urbanas ou rodovias, ou invadir prédios públicos. E identificar os veículos usados nos atos e seus proprietários e bloquear o uso desses veículos.
Denúncias
Em nota, o MP informou que estava ”ciente da situação e acompanha desde ontem (terça-feira) o caso junto às autoridades de segurança do Estado.” E que, internamente, o “MPPR também” faria ontem, reunião sobre o tema com a coordenação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e demais órgãos do setor de inteligência da instituição.”
O governo informou ainda que “as forças de segurança e órgãos de inteligência estaduais estão coordenando as ações a partir do Centro de Operações da Cidade da Polícia. As polícias estaduais estão preparadas para manter a ordem pública e garantir a segurança dos paranaenses. E que estavam “sendo tomadas as medidas necessárias para o cumprimento integral da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF)”.
O MP abriu um canal específico para receber notícias relacionadas a atos antidemocráticos no Estado. As denúncias serão centralizadas no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, o Gaeco. Pelo e-mail [email protected] e pelo telefone (41) 3219-5000 a população pode encaminhar informações referentes à organização desses atos. Também é possível fazer o registro na página do Gaeco na internet, no ícone “Denúncia”.