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Ato em defesa da democracia: manifestação no Centro de Curitiba marca o primeiro aniversário do já histórico 8 de janeiro de 2023 (Foto: Franklin de Freitas)

Nesta segunda-feira (8 de janeiro) completa-se um ano desde os ataques antidemocráticos, um episódio já histórico que resultou na depredação das sedes dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) em Brasília (DF). E para marcar o primeiro aniversário da data, movimentos sociais e particos políticos realizaram na tarde de hoje uma manifestação no Centro de Curitiba.

O ato em defesa da democracia, que reuniu centenas de pessoas no meio da tarde, ocorreu a partir das 13 horas, na Rua XV de Novembro, esquina com a Monsenhor Celso. O ato na capital paranaense foi coordenado pela Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo, com articulação também do Partido dos Trabalhadores (PT).

Com o mote “a democracia nos une”, a campanha de resistência democrática acontece desde domingo (7) em diversas cidades brasileiras. Hoje (8), quando o histórico evento completa um ano, diversas localidades estão realizando mobilizações. Em Brasília, por exemplo, ocorre a partir das 15 horas um ato em defesa da Democracia, no Salão Negro do Congresso Nacional. O ato contará com a presença dos chefes dos Três Poderes: o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva; o presidente do STF, Luís Roberto Barroso; e o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco.

Relembre o que foram os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e veja o balanço do episódio

Cronologia das prisões após atos golpistas de 08 de janeiro de 2023. Foto: Arte/EBC


Invasão

A invasão dos prédios públicos no dia 8 de janeiro começou por volta das 15h. Após romperem o cordão de isolamento com poucos policiais militares, os golpistas se dirigiram ao Congresso Nacional e invadiram a sede do Legislativo.

Em seguida, outro grupo se dirigiu ao edifício-sede do STF e também não foi contido pelos agentes da Polícia Judiciária, que fazia a proteção das instalações da Corte.

Atuando de forma organizada, os manifestantes entraram simultaneamente pela frente e pela lateral do prédio, como mostram as imagens captadas pelo sistema de câmeras de vigilância:

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Vídeo feito por uma câmera instalada na roupa de um dos seguranças durante a ação mostra a visão dos agentes. É possível ouvir os tiros de festim, o barulho das bombas de efeito moral e os gritos de ordem dos golpistas.

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Ao ingressarem no Supremo, os vândalos passaram a quebrar janelas, obras de arte, uma réplica da Constituição de 1988, poltronas, câmeras de vigilância e de transmissão da TV Justiça, as cadeiras dos ministros, além de depredarem o sistema elétrico e iniciarem um princípio do incêndio.

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Os golpistas só saíram das dependências do STF após a chegada de tropas do Comando de Operações Táticas (COT), grupo de elite da Polícia Federal (PF). Eles, então, foram retirados com auxílio um veículo blindado (caveirão).

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Imagens feitas pelo repórter da Agência Brasil Alex Rodrigues mostram como ficaram as instalações logo após a prisão dos golpistas. A sala privativa dos ministros ficou encharcada após a depredação do sistema de incêndio, móveis e vidros foram quebrados e o plenário totalmente destruído.

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Prejuízos

Um ano após os atos golpistas, todas instalações danificadas foram reformadas e estão em pleno funcionamento. O plenário da Corte, principal alvo dos golpistas, foi reformado em tempo recorde e inaugurado menos de um mês após a depredação, em 1° de fevereiro de 2023, quando os ministros realizaram uma sessão solene para celebrar a retomada dos trabalhos, que não foram interrompidos no recesso de janeiro do ano passado.

Os demais setores do tribunal foram entregues nos meses seguintes.

Conforme relatório atualizado pelo Supremo, o prejuízo causado pela depredação chega a R$ 12 milhões. Foi constatado que 951 itens foram furtados, quebrados ou complemente destruídos, totalizando R$ 8,6 milhões.

Os gastos com a reconstrução do plenário, incluindo troca de carpetes, cortinas e outros itens, somaram mais R$ 3,4 milhões. O prejuízo total será cobrado solidariamente dos golpistas que são investigados pela depredação.

Prejuízos dos atos golpistas no STF. Foto: Arte/EBC