A comissão de Serviço Público da Câmara Municipal de Curitiba aprovou ontem parecer favorável a projeto da prefeitura que prevê a revisão da Planta Genérica de Valores (PGV) do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) e o aumento em até 30% do tributo. A proposta tramita em regime de urgência e deve ser votado até o próximo dia 5. Os vereadores também aprovaram a realização de uma audiência pública no próximo dia 2 para debater os impactos da medida.
Na comissão, foi aprovado por 4 votos a 1 o parecer do vereador Ezequias Barros (PMB), em voto em separado, favorável ao projeto, contra o parecer da relatora, Professora Josete (PT), com críticas ao projeto do Executivo. Barros teve o apoio de Leonidas Dias (Solidariedade), Hernani (PSB) e Mauro Bobato (Pode). Com isso, a proposta já está disponível para votação e deve ir ao plenário na próxima semana.
O projeto não aumenta as alíquotas do IPTU, mas como ela altera a PGV, o imposto cobrado da população passará por mudanças. Isso acontece em razão de a Planta Genérica estabelecer os valores unitários de metro quadrado de terreno e de construção do município (valor venal), que são a base de cálculo do IPTU e da Taxa de Lixo.
A prefeitura alega que com as mudanças 20% dos imóveis da capital terão queda no valor em relação a 2022; 43% terão variação inferior a 30% ou R$ 250; e 37% terão variação limitada a 30%. Isso acontece porque a prefeitura criou um sistema com critérios e alíquotas diferentes das atuais, baseado na nova Lei de Zoneamento, incluindo um pacote de limitadores, para evitar uma variação brusca da cobrança do IPTU e da Taxa de Lixo.
Revisão da PGV
A comparação das alíquotas atuais com as novas foi divulgada pela prefeitura. “As alíquotas para imóveis residenciais, que atualmente variam de 0,20% a 1,10%, passarão a variar de 0,22% a 0,80%. Para imóveis não residenciais, que vão de 0,35% a 1,80%, passarão a variar de 0,40% a 1,35%. Imóveis territoriais, por sua vez, passarão de 1% a 3%, para 0,50% a 1,65%. O projeto traz, como novidade, a tributação para imóveis de uso misto, com alíquota variando de 0,24% a 0,88%. A atual legislação prevê a aplicação de 0,20% para a faixa de até R$ 38.645,00. Na proposta, a faixa com menor alíquota foi ampliada para R$ 160.000,00”, explicou o Executivo.
Carta
Entidades do setor comercial e imobiliário de Curitiba vão protocolar hoje uma carta na prefeitura se manifestando contra o aumento do IPTU. No documento, ela pedem que a prefeitura mantenha a proposta de revisão da Planta Genérica de Valores, mas sem previsão de aumento do IPTU para além da correção da inflação.
A carta também pede que a metodologia do cálculo do imposto seja debatido no próximo ano, para correção de possíveis distorções no valor dos imóveis da cidade.
Aumento de IPTU avança na Câmara de Curitiba
Entidades do setor comercial e imobiliário se manifestam contra proposta

Câmara: proposta vai à sanção do governo. Rodrigo Fonseca/CMC