Bolsonaro afirma que não pensa em sair do Brasil para fugir da prisão

Estadão Conteúdo
26bolso

Bolsonaro. .Foto: Lula Marques / Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (15) que não pensa em deixar o Brasil para evitar uma possível prisão. Isso ocorreria em caso de condenação do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro é réu na ação da trama golpista e a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu sua condenação.

“Estou com 70 anos de idade, cheio de problemas de saúde. Como eu vou para outro país?”, disse Bolsonaro, quando questionado sobre a possibilidade de deixar o Brasil. O ex-presidente passou pela sétima cirurgia em abril, em decorrência da facada que levou em 2018, durante campanha eleitoral.

Questionado durante entrevista ao Poder360 nesta terça-feira, 15, se considera a hipótese de ir preso, Bolsonaro disse que “tudo pode acontecer”.

Ele voltou a afirmar que, “solto ou preso”, é “um problema”, e que não querem prendê-lo, mas “eliminá-lo”. Réu por golpe de Estado no Supremo, o ex-presidente já havia afirmado nesta segunda-feira, 14, que “o sistema” quer “destruí-lo por completo”.

Núcleo crucial do golpe

No mesmo dia, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu a condenação do ex-presidente e de sete aliados que integram o “núcleo crucial” do plano de golpe de Estado. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Bolsonaro liderou as articulações golpistas e a ruptura democrática só não se concretizou por “fidelidade” do Exército e da Força Aérea Brasileira.

Para Bolsonaro, a denúncia da PGR é como uma acusação de matar “um marciano” e repetiu mais de uma vez que estava nos Estados Unidos no 8 de Janeiro e não tentou um golpe de Estado.

“Não teve armas. Se pegar as polícias legislativas da Câmara e Senado, nenhuma arma foi apreendida. É uma denúncia que fica difícil de se defender. É quase você se defender, por exemplo, de ter matado um marciano. E nem o corpo do marciano estava lá”, disse.

O ex-presidente ainda criticou a Polícia Federal (PF), afirmando que se a corporação tivesse empregado 10% do trabalho que tiveram investigando seus supostos crimes no inquérito que apurou o atentado que ele sofreu à faca, teriam chegado a respostas sobre quem “mandou matá-lo”. A PF concluiu que Adélio Bispo, autor da facada, agiu sozinho.