O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar nesta segunda-feira (20) a classe política, ele inclusive, e afirmou que não vai “criar dificuldade para vender facilidade”, o que, segundo ele é uma prática comum no País. Ele afirmou que o Brasil, apesar de todos os percalços, tem solução, mas que o grande problema está nos políticos brasileiros.
“É um País maravilhoso, que tem tudo para dar certo, mas o grande problema é a nossa classe política. É nós, Witzel, é nós, Crivella, sou eu, Jair Bolsonaro, é o Parlamento, em grande parte, é a Assembleia Legislativa… Nós temos que mudar isso”, afirmou ao lado do governador do Rio, Wilson Witzel, e do prefeito do Rio, Marcelo Crivella, em evento na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Bolsonaro reclamou que a todo momento tentam desmoralizá-lo, sem citar nomes, e que se a Câmara dos Deputados e o Senado têm proposta melhor do que do governo para a reforma da Previdência, “que apresente”, conclamou. Segundo o presidente, “não há briga entre os poderes, o que há é uma grande fofoca. “E como não conseguem nos derrubar por medidas outras ficam o tempo todo metendo uma cunha entre nós”, disse Bolsonaro.
Ele pediu aos convidados do evento, dividido entre empresários e parlamentares, que o ajudassem a acelerar o processo de votação da reforma da Previdência junto às bancadas do Estado no Congresso.
Ele fez questão de lembrar que na campanha eleitoral gastou “menos de US$ 1 milhão, e (veio) de doação”, apesar do partido dele, o PSL, ter recebido R$ 1,6 bilhão para a campanha. “Fiz questão de não usar esses recursos, porque de vez em quando nos acusam de usar laranjas. No Rio de Janeiro, as três candidatas a laranja no Rio de Janeiro recebeu (sic) R$ 1,8 mil pra poder pagar o contador, e não coloca a prestação de conta, aí eu sou dono do laranjal no Rio de Janeiro… até gostaria que fosse, a laranja é um produto bastante rendoso”, brincou o presidente.
Em seu discurso, Bolsonaro referiu-se ainda à pressão que sofre das corporações, sem citar nomes, que estariam atrapalhando a aprovação das medidas necessárias para colocar o Brasil no rumo certo, como a reforma da Previdência. “Como não conseguem nos derrubar, por medidas outras, ficam metendo uma cunha entre nós. Mas nós temos agora oportunidade ímpar de mudar o destino do Brasil”, finalizou.
Vocação
Bolsonaro repetiu, no discurso na Firjan, que já avisou que não tem vocação para presidente, mas ressaltou que “quem tem vocação está preso”, referindo-se ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente defendeu a aproximação com os Estados Unidos, criticando gestões anteriores que teriam se aproximado mais de Venezuela e Cuba.