A Câmara Municipal de Curitiba confirmou ontem a aprovação, em segundo turno, por 27 votos a 11, do projeto do prefeito Rafael Greca (DEM) que aumenta a contribuição previdenciária de servidores aposentados da Capital e a idade mínima para a aposentadoria. A justificativa do prefeito é atualizar as regras da previdência municipal às mudanças aprovadas pelo Congresso com a reforma da previdência.
Com a medida, a idade mínima para aposentar-se no município passa de 60 anos para 65 para homens, e de 55 para 62 para mulheres. No caso dos servidores do magistério, ela passa de 55 para 60 anos para homens, e de 50 para 57 para mulheres.
Em relação à contribuição previdenciária, atualmente, apenas os aposentados que recebem acima do teto previdenciário do INSS – de R$ 6.437,57 – têm o desconto de 14%. Além disso, o desconto só é realizado em cima do valor que excede o teto. Todos os demais são isentos dessa taxação.
O novo teto fica estabelecido no valor de um salário mínimo e atre lado ao déficit atuarial do sistema. Ou seja, em caso de déficit, todos os aposentados e pensionistas que recebem acima de R$ 1.100 terão o desconto em cima do valor que excede o salário mínimo. A alíquota deve chegar em 14%, mas dependerá de discussão em lei complementar.
A prefeitura alega que, como está, o sistema previdenciário do município tem um déficit atuarial de R$ 14,5 bilhões, o que representa mais de 150% de todo o orçamento para 2022.
Em junho de 2017, a Câmara aprovou pacote de ajuste fiscal de Greca que aumentou de 11% para 14% a alíquota de contribuição dos servidores à previdência.
Transição – Segundo o líder do prefeito, Pier Petruzziello (PTB), um projeto de lei complementar, com as regras de transição e outras especificações, será encaminhado à Câmara nesta semana. “É importante dizer que o que estamos votando neste momento é a [aplicação da] Emenda Complementar 103. Estamos alterando a idade de aposentadoria, para que o servidor público trabalhe e contribua um pouco mais”, declarou.
Já a líder da oposição, Carol Dartora (PT), argumentou que os estados e municípios não são obrigados a reproduzir os termos da reforma da previdência aprovada pelo Congresso. “Não existe essa exigência. A gente não está aqui com a faca no pescoço precisando fazer esta reforma”, criticou. “O que a gente percebe em resumo que os servidores vão pagar mais, por mais tempo, para receber menos”, afirmou.
“A responsabilidade do município é manter os pagamentos das aposentadorias e pensões em dia, e para isso é necessário o equilíbrio atuarial. É uma matéria que não é nada simpático para o legislador aprovar. Porém, nós temos que ter a responsabilidade”, defendeu Serginho do Posto (DEM). “O servidor já está pagando esta conta, sempre pagou”, rebateu Dalton Borba (PDT).
Câmara de Curitiba confirma aumento de alíquota de aposentados
Medida também prevê aumento de idade mínima para aposentadoria

Rodrigo Fonseca/CMC - Câmara ontem: 27 votos a 11