Por 14 a 9 votos, o plenário da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) confirmou ontem, em segundo turno, a concessão de uma homenagem póstuma da cidade a Olavo de Carvalho. Por iniciativa de Eder Borges (PP), a Câmara concordou em dar a Cidadania Honorária de Curitiba ao filósofo, que faleceu no exterior, na cidade de Richmond (EUA), em janeiro de 2022, aos 74 anos de idade. Ele era natural de Campinas (SP).
Na semana passada, quando o projeto foi discutido em plenário por mais de uma hora, o placar foi mais apertado, com apenas um voto de diferença a favor da homenagem. Hoje, com um acordo para a discussão acontecer na fase de encaminhamentos, quando somente autores e lideranças podem debater, sem apartes, por cinco minutos, a diferença cresceu.
Votaram a favor da homenagem póstuma Eder Borges (PP), Beto Moraes (PSD), Ezequias Barros (PMB), Indiara Barbosa (Novo), João da 5 Irmãos (União), Oscalino do Povo (PP), Osias Moraes (Republicanos), Pastor Marciano Alves (Solidariedade), Pier Petruzziello (PP), Rodrigo Braga Reis (União), Sabino Picolo (União), Sargento Tânia Guerreiro (União), Sidnei Toaldo (Patriota) e Zezinho Sabará (União). Com o resultado, a iniciativa agorara vai para análise do prefeito Rafael Greca, que pode sancioná-la ou vetá-la.
Foram contrários Angelo Vanhoni (PT), Bruno Pessuti (Pode), Dalton Borba (PDT), Giorgia Prates – Mandata Preta (PT), Herivelto Oliveira (Cidadania), Leonidas Dias (Solidariedade), Marcos Vieira (PDT), Professora Josete (PT) e Professor Euler (MDB). Registraram abstenção Amália Tortato (Novo), Mauro Bobato (Pode), Mauro Ignácio (União) e Nori Seto (PP). Regimentalmente, o presidente Marcelo Fachinello (PSC) só votaria em caso de desempate.
Alexandre Leprevost (Solidariedade), Hernani (PSB), Maria Leticia (PV), Noemia Rocha (MDB), Salles do Fazendinha (DC), Serginho do Posto (União), Tico Kuzma (PSD) e Tito Zeglin (PDT) estavam ausentes do plenário na hora da votação. A votação foi acompanhada nas galerias do Palácio Rio Branco por seis pessoas, que aplaudiram o resultado do segundo turno.
“Convido a todos para que leiam Olavo de Carvalho, pois ouvimos argumentos preconceituosos de pessoas que não o leram e frases que ele não disse. Não sei por que tanto ódio”, afirmou ontem o autor do projeto. “Lula recebeu título dessa Casa, por que não podemos dar um a Olavo?”, questionou Éder Borges.
“A reportagem do The Intercept Brasil mostra que o pretenso homenageado jamais residiu em Curitiba, que tentou fixar domicílio para operações não contabilizadas no Imposto de Renda. Se o projeto for aprovado, é um desserviço à sociedade”, acusou Dalton Borba, ao encaminhar contra a homenagem. Borges tinha acrescentado ao projeto declaração do ex-presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Marcos Domakoski, e testemunhos de 11 ex-alunos, afirmando que Olavo lecionou cursos na ACP entre 2000 e 2004.
HOMENAGEM POLÊMICA