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Deputada pede explicações sobre fiscalização de postos após fraude em Curitiba

Editada por Isabelle Sales
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Gasolina. Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

A deputada estadual Ana Júlia Ribeiro (PT) protocolou nesta segunda-feira (1º) um Pedido de Informação ao Instituto de Pesos e Medidas do Paraná (IPEM-PR) sobre a fiscalização de postos de combustíveis no estado.

O questionamento acontece em meio à Operação Carbono Oculto, deflagrada pela Polícia Federal em parceria com o Ministério Público e outros órgãos, considerada a maior operação contra o crime organizado no Brasil.

Fraude atinge 46 postos de combustíveis na Grande Curitiba

A investigação apontou adulteração de combustíveis e uso de tecnologias para enganar consumidores em 46 postos de Curitiba e região metropolitana. O esquema ainda pode estar ligado a lavagem de dinheiro.

Segundo a deputada, a descoberta reforça denúncias feitas em junho, quando ela alertou que a capital paranaense tinha o combustível mais caro do estado, mesmo com a proximidade de uma refinaria.

No pedido, Ana Júlia questiona o IPEM sobre a rotina e a frequência das fiscalizações, o número de postos inspecionados em 2024 e 2025, as autuações aplicadas e casos de reincidência. Também solicita informações sobre o uso de tecnologias de detecção de fraudes, o treinamento oferecido aos fiscais e a cooperação do órgão com entidades como Polícia Federal, Ministério Público e Procon. Além disso, cobra esclarecimentos sobre possíveis vazamentos de informações de fiscalizações para postos investigados.

“Estamos diante de um escândalo que envolve não só o bolso do consumidor, mas também a credibilidade de um setor essencial. É dever do governo do Estado garantir fiscalização efetiva, transparência e punição exemplar para quem frauda e prejudica a população”, afirmou.

A deputada ainda destacou que a dimensão do esquema revelado pela Operação Carbono Oculto levanta questionamentos sobre a fiscalização realizada no Paraná. “É atribuição do IPEM zelar pelo consumidor paranaense, mas causa estranhamento que apenas agora, com a presença de órgãos federais, tenha sido exposto um esquema tão amplo de fraudes em postos de Curitiba. É importante entender se o Instituto tinha conhecimento de indícios dessas irregularidades e quais medidas foram tomadas ao longo do tempo”, afirmou.

Em paralelo ao pedido institucional, a deputada reforçou seu posicionamento político sobre o tema. Para ela, a Operação Carbono Oculto revelou um problema estrutural que vai além dos postos de combustíveis e alcança o sistema financeiro.

“O governo Lula já demonstrou seu compromisso ao reduzir o preço dos combustíveis nas refinarias, mas a privatização da BR Distribuidora, feita na gestão do Bolsonaro, retirou do Estado um instrumento fundamental para regular o mercado e garantir que a queda de preços chegue até o consumidor final como deveria”, destacou.

Ana Júlia também parabenizou a atuação das instituições federais e do presidente Lula no enfrentamento ao crime organizado. “O ministro Fernando Haddad foi preciso ao dizer que a operação desmantelou uma verdadeira ‘refinaria do crime’. Esse combate precisa ser articulado, inteligente e capaz de atingir não apenas os postos que adulteram combustível, mas o topo da engrenagem financeira que sustenta essas organizações criminosas”, concluiu.