
A sessão desta segunda-feira (7) da Assembleia Legislativa foi marcada pela repercussão das manifestações de eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que – inconformados com a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições presidencias – vêm promovendo bloqueios de rodovias e protestos em frente a quartéis das Forças Armadas no Estado. A maioria dos deputados pediu o fim dos bloqueios e o reconhecimento do resultado das eleições.
O primeiro a falar foi o presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSD), que aproveitou a presença do senador eleito e ex-juiz Sergio Moro (União Brasil), para defender o fim das manifestações. Traiano lembrou que o mesmo sistema eletrônico de votação que deu a vitória a Lula elegeu os deputados estaduais, federais e senadores, e que é a hora dos manifestantes entenderem que “a eleição acabou”.
“Saímos de uma eleição em que os brasileiros decidiram pela sua maioria pela escolha de um novo presidente da República. Da mesma forma, pela escolha de seus representantes do Legislativo federal, Câmara, Senado e Ass embleia”, disse. “O que está em jogo nesse momento é a vida dos brasileiros. Independente de quem está no poder, nós precisamos dar a possibilidade de que faça um bom governo”, defendeu Traiano. “Nos preocupa muito os movimentos que estão acontecendo pelo País”, afirmou.
“Quero quer que nós devemos sepultar isso. O processo eleitoral acabou. As urnas espelharam a vontade da população brasileira. Todo e qualquer questionamento de urnas seria estar na contramão dos votos que nós mesmos, deputados estaduais, federais e senadores recebemos”, apontou o presidente da Assembleia. “Precisamos tomar medidas necessárias para conter as inflamações que estão acontecendo no País, que na nossa visão, não chegará a lugar algum”, avaliou ele.
O primeiro-secretário da Assembleia, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSB), apoiou a fala de Traiano. Nós fomos eleitos ou reeleitos. Participamos de uma eleição onde o processo democrático foi respeitado. Nós não aceitamos no Brasil golpe. Houve eleição. Os eleitos foram proclamados. Bloqueios ilegais nas estradas não dá para aceitar”, afirmou Romanelli.
Demissões
Os deputados Ricardo Arruda (PL) e Homero Marchese (PROS), foram os únicos a defender as manifestações. Marchese alegou que os atos são “pacíficos” e criticou a postura do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que segundo ele, teria favorecido Lula.
O líder da bancada de oposição, deputado Arilson Chiorato (PT), contestou Marchese. “Pedir intervenção militar, bloquear rodovia, colocar fogo em pneu, não é atividade pacífica”, criticou. O deputado Márcio Nunes (PSD), afirmou que frigoríficos do interior do Estado já estariam demitindo funcionários por não conseguirem transportar suas mercadorias em função dos bloqueios de estradas.