CPMI INSS é instaurada no Congresso
BRASíLIA, DF – 20.08.2025: CPMI INSS é INSTAURADA NO CONGRESSO – Senador Carlos Viana é eleito Presidente da CPMI do INSS no Congresso Nacional em Brasília /DF. (Foto: Wagner Araújo /Fotoarena/Folhapress) ORG XMIT: 2790533

A derrota do governo Lula, que perdeu a presidência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS para a oposição, repercutiu entre os políticos paranaenses. A comissão foi instalada nesta quarta (20) proposta para investigar o escândalo de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social. Em uma reviravolta, a oposição conseguiu emplacar um candidato próprio e derrotar o senador Omar Aziz (PSD-AM), que presidiu a CPI da Covid, em 2021, e havia sido indicado para o cargo pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Com a escolha decidida no voto, o senador Carlos Viana (Podemos-MG) foi eleito presidente por 17 votos a 14.

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Em reunião com líderes do governo Lula no Congresso, a ministra paranaense das Relações Institucionais Gleisi Hoffmann reconheceu falhas na articulação política do governo, mas também cobrou aliados em relação à derrota. “Apesar do resultado que a oposição conseguiu hoje, por erros na mobilização de nossa base, vamos continuar trabalhando, corrigindo os erros, para que a CPMI não seja instrumentalizada para atender a interesses políticos”, disse a ministra em entrevista aos jornalistas, em Brasília.  “É importante garantir que os trabalhos não interfiram nas investigações em curso nem no processo de ressarcimento dos aposentados, o que esse governo já está fazendo”, completou.

Nos bastidores, a eleição foi vista não só como uma falha na articulação do governo mas também como uma nova afronta da oposição à autoridade dos presidentes da Câmara e do Senado, que haviam acertado relator e presidente antes da instalação da CPMI, como é de praxe.

Do outro lado da trincheira, o deputado federal do Paraná Filipe Barros (PL) comemorou a vitória da oposição na eleição do presidente e do relator da CPMI. Em vídeo publicado nas redes sociais, Filipe Barros classificou a reviravolta na CPMI como uma “grande vitória da oposição”.

“Grande vitória da oposição na CPI da roubalheira do INSS. Nós, da oposição, derrotamos o senador Omar Aziz, que seria o presidente da comissão, e o deputado Ricardo Ayres, que seria o relator, e elegemos o senador Carlos Viana para presidir os trabalhos da CPI e ele, por sua vez, indicou o deputado Alfredo Gaspar, da oposição, para ser o relator da CPI da roubalheira do INSS. Ontem mesmo eu postei um vídeo dizendo que a oposição estava trabalhando nos bastidores para que isso acontecesse. Muitos me criticaram, não acreditaram. Enfim, o fato é que nós conseguimos. Derrotamos o governo e teremos uma CPI que investigue a roubalheira do Lula no INSS”, disse Filipe Barros no vídeo publicado no Instagram.

Sem paranaenses, CPI do INSS tem 180 dias para concluir investigação

A CPI tem inicialmente até 180 dias para concluir a investigação. O prazo pode ser prorrogado, mas a expectativa é que a comissão seja encerrada até o fim deste ano. Com as investigações já avançadas da Polícia Federal e da CGU (Controladoria-Geral da União) sobre as fraudes no INSS, além do pagamento a parte das vítimas, a CPMI deve ampliar a apuração para empréstimos consignados a aposentados. Não há paranaenses na CPMI do INSS.

Para desgastar do governo, a expectativa da oposição é avançar sobre José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula (PT) e vice-presidente do Sindinapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), uma das entidades colocadas sob suspeita.

O requerimento para criação de uma CPMI do INSS foi protocolado em maio com a assinatura de 36 senadores e 223 deputados federais — número superior ao mínimo exigido de 27 e 171, respectivamente —, mas ganhou novas adesões depois disso.

A composição da CPI do INSS

Senadores:

Eduardo Braga (MDB-AM);
Renan Calheiros (MDB-AL);
Carlos Viana (Podemos-MG);
Styvenson Valentim (PSDB-RN);
Omar Aziz (PSD-AM);
Eliziane Gama (PSD-MA);
Cid Gomes (PSB-CE);
Jorge Seif (PL-SC);
Izalci Lucas (PL-DF);
Eduardo Girão (Novo-CE);
Rogério Carvalho (PT-SE);
Fabiano Contarato (PT-ES);
Leila Barros (PDT-DF);
Tereza Cristina (PP-MS);
 Damares Alves (Republicanos-DF);
Dorinha Seabra (União Brasil-TO).

Deputados:
Coronel Chrisóstomo (PL-RO)
Coronel Fernanda (PL-MT);
Adriana Ventura (Novo-SP);
Paulo Pimenta (PT-RS);
Alencar Santana (PT-SP);
Sidney Leite (PSD-AM);
Ricardo Ayres (Republicanos-TO);
Romero Rodrigues (Podemos-PB);
Mário Heringer (PDT-MG);
Beto Pereira (PSDB-MS);
Bruno Farias (Avante-MG);
Marcel van Hattem (Novo-RS);
Alfredo Gaspar (União Brasil-AL);
Duarte Jr. (PSB-MA); Rafael Brito (MDB-AL);
Julio Alcoverde (PP-PI)

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