Dilmistas e aecistas dividem carreata do presidente da Câmara em Natal

Folhapress

DANIEL CARVALHO, ENVIADO ESPECIAL
NATAL, RN – A presença do PSDB na chapa e o apoio tímido à reeleição da presidente Dilma Roussseff deram margem para que, no último ato da campanha do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), houvesse bandeiras e adesivos a favor dos dois presidenciáveis, neste sábado (25), em Natal.
Lá estavam o motorista Ubaldo Martins, 44, e o estudante Renato Queiroz, 32, que defenderam candidatos diferentes. O primeiro é pró-Dilma. O segundo, pró-Aécio Neves (PSDB).
“Aqui não tem rivalidade. Tem amizade. Quem ganhar que faça um bom trabalho”, disse o eleitor petista. “O importante é eleger Henrique”, afirmou o tucano.
Alves disputa o governo do Rio Grande do Norte e, no Estado, o PT está na chapa do adversário do peemedebista, o atual vice-governador Robinson Faria (PSD).
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou vídeo de apoio a Faria. O material vem sendo usado diariamente pela campanha pessedista desde o final do primeiro turno.
Durante a primeira fase da eleição, Alves “escondeu” Dilma em sua campanha. Na segunda, mostrou na TV foto em que aparece ao lado da presidente e disse ter apoiado a eleição dela em 2010.
O atual presidente da Câmara não pediu votos para Dilma em nenhum dos comícios acompanhados pela reportagem tanto no primeiro, quanto no segundo turno.
Na coligação de 17 partidos, além do PSDB, está também o PSB de Marina Silva.
‘O PRESIDENTE QUE FOR’
Henrique Alves chegou à carreata marcada para às 11h na zona sul de Natal com duas horas e meia de atraso e com o Hino Nacional como trilha sonora.
Questionado sobre quem venceria a disputa presidencial, Alves foi escorregadio.
“Aqui eu acredito numa grande vitória da presidenta Dilma e do vice Michel Temer [PMDB]. Embora eu reconheça que o candidato Aécio cresceu aqui, conquistou espaços importantes”, afirmou.
Em seguida, quando perguntado sobre com quem na Presidência gostaria de governar, caso seja eleito, Alves voltou a ficar em cima do muro.
“O presidente que for”, respondeu. “A presidenta Dilma com o vice Michel, naturalmente, por ser a nossa candidata, ou Aécio presidente porque me conhece muito bem”, disse o candidato.
Deputado federal há 44 anos, Alves apontou durante a campanha seu trânsito livre com todos em Brasília como uma vantagem sobre seu adversário.