Bolsonaro e Mauro Cid (Foto: Alan Santos/Presidência da República)

O advogado de Mauro Cid, Cezar Bitencourt, afirmou nesta sexta-feira (18 de agosto), em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews, que o dinheiro da venda do relógio Rolex deve ter sido entregue para Jair Bolsonaro ou para a primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Segundo o defensor, o então presidente da República teria pedido ao seu cliente para “resolver o problema do Rolex”. Ainda conforme ele, “isso não quer dizer que [Cid] tenha entregue [o dinheiro] direto para o presidente, pode ter sido para a primeira-dama”.

“Dinheiro foi para o Bolsonaro ou para a primeira-dama. Se foi em mãos, se foi na caixinha de correios, se foi na caixinha da mesa dele, da primeira-dama… [Cid] entregou para eles. […] Em espécie. Quando deu o problema com esse relógio, ele [Bolsonaro] pegou e disse ‘Cid, pega esse relógio e resolve esse problema’. O Cid também também tem iniciativa de resolver esse problema. Aqui não conseguiu, tentou vender, ninguém comprou. Um dia ele pode vender. E foi, foi o que ele fez. Vendeu. Quando deu o problema, surgiu o problema [a devolução ao TCU], o senhor tem que consertar, pelo menos minimizar, diminuir esse problema.”

Cesar Bittencourt, advogado de Mauro Cid

No dia anterior, o advogado havia afirmado que Mauro Cid confessaria ter vendio as joias da Presidência da República nos Estados Unidos a mando de Bolsonaro. A informação foi publicada pela Revista Veja, mas nesta sexta-feira Bittencourt alegou que se referia apenas ao relógio Rolex, e não às demais joias pertencentes à União que também teriam sido vendidas no exterior, segundo a Polícia Federal.

Além disso, Bittencourt também negou que seu cliente vá “entregar” Bolsonaro às autoridades. “Eu também não disse que [Cid] estava entregando, dedurando Bolsonaro. Apenas que era um assessor e que cumpriu ordens”, disse o advogado.