“Eleição tem que ser disputada e ter alternativas”

Para o senador Osmar Dias, um estado de sete milhões de eleitores tem que ter alternativa de escolha

Ivan Santos

O senador Osmar Dias (PDT) afirmou ontem que um dos fatores que pesaram na sua decisão de ser o candidato ao governo foi que se ele se retirasse da disputa, o eleitor do Paraná ficaria praticamente sem opções. As pesquisas apontam que caso Osmar desistisse para concorrer à reeleição para o Senado, o candidato do PSDB, ex-prefeito de Curitiba, Beto Richa, estaria virtualmente eleito no primeiro turno. O outro candidato competitivo, o governador Orlando Pessuti (PMDB), que acabou abrindo mão em favor de Osmar, estava estacionado em um patamar de 10% das intenções de voto nas pesquisas.

Não por acaso, o PSDB tentou até o último momento retirar o pedetista do páreo, oferecendo a ele a vaga de candidato ao Senado na chapa de Richa, e a indicação do vice do tucano. Está na hora de acabar com esse negócio de que eleição se ganha com acordo. Eleição tem que ser disputada, disse. Não é possível um estado de sete milhões de eleitores não ter alternativa de escolha. Estou me propondo a ser essa alternativa. Agora o eleitor tem oportunidade de escolher o melhor projeto, explicou.

Também pesou, disse Osmar, a questão da coerência política. O PDT integra a base do governo Lula no plano federal, e está coligado formalmente com o PT, apoiando a candidata petista à Presidência, Dilma Roussef. Em uma coligação com o PSDB, não poderia fazer campanha para o presidenciável tucano José Serra, por força da legislação eleitoral e das resoluções da direção nacional pedetista.
O que seria mais coerente? Ser candidato ao governo da base aliada ou ser candidato ao Senado em um ‘acordo branco’. Creio que é mais coerente colocar minha candidatura ao governo, avaliou. A coerência me recomendou a estar nesse campo. Não é normal o PDT que está na base do governo Lula fazer aliança com o PSDB, disse.

Osmar minimizou as críticas dos dirigentes tucanos, segundo as quais ele teria firmado acordo com Serra para disputar o Senado na chapa do PSDB. O próprio tucano declarou que o senador pedetista apertou sua mão três vezes, em sinal do fechamento do suposto acordo. Apertei a mão do Serra muito mais que três vezes. Como a do Lula. O que estamos falando aqui é de política e de regras eleitorais, lembrou. Quando não consegui a aliança para disputar o governo, pensei mesmo em disputar o Senado, afirmou, destacando que não poderia ser imprudente de levar seus companheiros para uma aventura, sem chances de sucesso. O compromisso que estou tomando aqui é do tamanho do Paraná, disse. (IS)