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O Red Bull racing atraiu 100 mil pessoas (red bull Foto: Tyrone Bradley / Red Bull Content Pool)

Um projeto de lei apresentado na Câmara Municipal de Curitiba provocou reação do setor de lazer, bares e entretenimento. O Projeto de Lei quer restringir eventos com ruídos sonoros na região central de Curitiba.

Segundo a Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) e o Sindicato das Empresas Promotoras de Eventos (Sindiprom), a iniciativa vai contra as atividades que geram emprego, renda e arrecadação de impostos para os cofres públicos do município.

A Abrabar e o Sindiprom criticaram o projeto proposto pelo vereador Eder Borges (PL). O vereador justificou dizendo que busca garantir o sossego de moradores, sem levar em consideração a ocupação saudável dos espaços e a geração de emprego, renda e arrecadação de impostos a partir das atividades relacionadas à gastronomia, lazer, turismo e entretenimento.

“A Abrabar e o Sindiprom são totalmente contra este projeto, até porque não é todo dia que tem eventos no centro da cidade, que hoje está viva, pulsante. Estamos gerando emprego, renda, impostos”, afirmou Fábio Aguayo, presidente da Abrabar e do Sindiprom.

“O salário do parlamentar é pago pelos impostos que geramos, e acha que vem de onde este salário? Até nos assusta um vereador, que tem a bandeira da liberdade econômica, ser um vereador liberal, querendo restringir a livre iniciativa”, ressaltou.

A iniciativa do vereador, que invoca a Lei de Contrravenções Penais, vai contra promoções que levaram milhares de pessoas, moradores e turistas às regiões centrais de Curitiba, como o Red Bull Showrun, no Centro Cívico, lembram as entidades.

“É óbvio que tudo tem uma responsabilidade social, e uma responsabilidade sustentável. Tudo o que é programado dentro da cidade tem os efeitos colaterais, mas isto não é cotidiano, não é toda hora que acontece, temos as datas específicas”.

Se restringir eventos no Rio e São Paulo?

Aguayo buscou nos exemplos no Rio de Janeiro e São Paulo. “Imagine restringir tudo isto nestas cidades. Como é que vai gerar empregos? Como vai se desenvolver se estamos brigando para que o centro de Curitiba seja reocupado, tomado novamente pelas famílias, além de soluções viáveis para a volta do aquecimento comercial e das pessoas a ocuparem o centro, para não deixar como está hoje”.

“Vemos tantas pessoas em situação de rua, imóveis degradados, mocós (esconderijo de bandidos). Estamos lutando para resgatar o centro da cidade e acreditamos que esta proposta não vai passar, porque não condiz com a realidade”, frisou o líder classista. A Abrabar e o Sindiprom lembra que existem espaços adequados para fazer alguns eventos, o que demonstra que os realizados são excepcionalidades que acontecem no centro de Curitiba.

Nova dinâmica
“Temos que entender que a cidade cresceu, somos uma metrópole”, disse ele, lembrando que Curitiba tem quase 2 milhões de habitantes, somando a região metropolitana passamos de 3,6 milhões. “Tem os espaços nos entornos da grande Curitiba, quem quiser fazer um evento lá, as dificuldades começam na retirada do alvará, que também não é fácil. Em função disto, a Abrabar e o Sindiprom são contra este projeto, e entendemos que os vereadores vão arquivar”.

“E, se for aprovado, temos certeza que o prefeito (Eduardo Pimentel) vai vetar, porque é contra Curitiba e o turismo , que só nos primeiros meses do ano recebeu milhares e milhares de turistas que geraram negócios, arrecadação e acima de tudo, colocou a cidade no mapa do mundo”.

Fábio Aguayo concluiu lembrando que Curitiba já está barulhenta. “E estes eventos são excepcionalidades, não é toda hora que acontece. Temos que pensar como um todo. Assim, nenhuma cidade poderia ter eventos. Por isto existem as janelas e paredes anti ruído. Tecnologia é para isso, conciliar o momento atual com perturbação sonora”.