Fogo amigo

da redação

A eleição para o comando do PT de Curitiba acabou colocando em campos opostos dois dos principais caciques do partido no Estado. José Alves Afonso Filho, o Zuca, que tinha o apoio da ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, pré-candidata do partido ao governo do Estado, foi para o segundo turno com Natalino Bastos, que teve a candidatura bancada pelo deputado federal e vice-presidente da Câmara, André Vargas (foto). O detalhe é que Vargas vem reivindicando a vaga de candidato ao Senado na chapa liderada por Gleisi, caso o ex-senador Osmar Dias (PDT) desista de disputar o cargo para não bater de frente com o irmão, o senador Alvaro Dias (PSDB). O resultado não agradou a ministra, que agora dificilmente terá interesse em abrigar o deputado em sua chapa.

Fuga
Vargas – que já foi chamado pelo então governador e hoje senador Roberto Requião (PMDB) de gordinho sinistro, não perdeu a oportunidade de ironizar o anúncio de que o peemedebista pretende reivindicar a vaga de candidato do partido à sucessão presidencial. O petista interpretou o gesto como uma forma de Requião fugir da disputa pelo posto de candidato do PMDB ao governo do Estado. Esta do Requião disputar a Presidência da República parece desistência do pleito de governador. Requião afrouxar o sutiã? Tô surpreso!, comentou o parlamentar, ontem, pelo twitter.

Apuração
Em relação à disputa pelo comando do Diretório Estadual, até o final da tarde de ontem, apenas 38% das urnas da eleição interna do PT haviam sido apuradas. O atual presidente do partido e candidato à reeleição, deputado Ênio Verri, mantinha liderança com folga, com 5.447 votos, contra 1522 votos do deputado federal Dr Rosinha; 354 de Ulisses Kaniak e 232 de Roberto Salomão. Apesar de matematicamente ainda não haver um vencedor, é dada como certa a reeleição de Verri.

Vai e vem
A audiência do governador Beto Richa (PSDB) com a presidente Dilma Rousseff (PT) deve acontecer hoje mesmo, em Brasília. Na semana passada, fontes tanto do governo federal quanto do Palácio Iguaçu chegaram a apontar a data do encontro como sendo quinta-feira. Mas ontem houve a confirmação oficial da reunião para hoje. Será uma oportunidade decisiva para que Richa reivindique novamente junto à presidente a liberação dos empréstimos ao Paraná, pela União. No final de semana, três dos créditos requisitados, que somam R$ 1,1 bilhão foram liberados, mas outros quatro, em valor de cerca de R$ 2,1 bilhões, seguem pendentes. Vai ser uma conversa amistosa, pois o importante é ajudar o Estado, até por que sempre contribuímos fortemente com a economia nacional, afirmou o governador, ontem, durante evento promovido pela Associação Comercial do Paraná, em Curitiba.

Indústria
O ex-governador de São Paulo, José Serra falou ontem, durante o evento da ACP, sobre a desindustrialização do País, o Custo Brasil – citando as altas taxas de impostos às empresas –, e a falta de investimentos em infraestrutura. O Brasil investe cerca de um terço da média do que os países emergentes investem em infraestrutura. Numa lista de 130 países, estamos entre os 10 que menos investem nesta área, discursou.

Exemplo
Serra afirmou que a economia paranaense é exemplo para o País, pois cresce acima da média e tem uma forte industrialização, enquanto os demais estados sofrem com a falta de investimentos privados. Se o Brasil crescesse no mesmo ritmo teria um cenário econômico muito melhor, afirmou, comparando a expectativa de crescimento paranaense e brasileira para este ano: 4% e 2%, respectivamente. É um Estado voltado para frente. Se o Brasil inteiro fosse como o Paraná já estaria no clube dos países desenvolvidos, reforçou.

Pedágio
A Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa que investiga o pedágio ouve hoje os representantes das concessionárias Viapar e Caminhos do Paraná.  Foram convocados Marcelo Machado (Viapar) e Rui Sérgio Gulin (Caminhos do Paraná). Queremos ouvir agora todos os diretores e presidentes de concessionárias e fazer um paralelo sobre tudo o que nos foi dito, as obras que não foram feitas, os aditivos contratuais e os depoimentos dos representantes das empresas de pedágio para analisarmos os caminhos e alternativas para uma solução adequada para a questão do pedágio no Paraná, diz o deputado Nelson Luersen, presidente da CPI.

Inadimplentes
O Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) implantou o Cadin – Cadastro de Inadimplentes. O novo serviço está no site do órgão (www.tce.pr.gov.br) e relaciona 2.659 registros de nomes de agentes públicos que não cumpriram decisões da Corte, envolvendo a devolução de recursos públicos. Os registros no Cadin reúnem 1.674 decisões de aplicação de restituição de valores, 879 multas administrativas, 80 multas proporcionais ao dano causado e 26 multas por infração fiscal. O Cadastro servirá de base para a listagem encaminhada ao Tribunal Regional Eleitoral, que define a inelegibilidade dos agentes públicos.

Cobrança
Definida a penalidade ao agente, depois de esgotados todos os recursos, o TCE determina ao governo estadual ou às prefeituras a cobrança do débito. Depois, o órgão fiscaliza a execução da penalidade, periodicamente. A não execução da dívida implica no bloqueio da emissão da Certidão Liberatória, documento necessário para que as instituições possam receber recursos públicos. Cláudio Henrique de Castro, diretor de Execuções do Tribunal, explica que é provável que uma pequena parcela dos agentes públicos relacionados no Cadin já tenha efetuado a quitação dos débitos, mas ainda não apresentou a comprovação perante o Tribunal. Esta comprovação é necessária para a exclusão da listagem. Uma vez comprovado o pagamento, a exclusão é feita em 24 horas.