A atuação de fotógrafos em espaços públicos de Curitiba pode ganhar regulamentação específica. A proposta foi protocolada na Câmara Municipal nesta quinta-feira (17), após um vídeo com mais de 7 milhões de visualizações nas redes sociais mostrar uma briga no Jardim Botânico envolvendo disputa por espaço entre profissionais da fotografia.
No vídeo, o fotógrafo André Nascimento é abordado por mulheres que afirmam que a área já estaria “reservada” para outras profissionais. A gravação mostra ameaças, xingamentos e tentativa de intimidação. Apesar da alegação, o espaço é público e não há qualquer norma que permita exclusividade de uso.
Veja o vídeo da polêmica:
@andreparatiano viajar e fotografar é um desafio diário, hoje em dia tá muito difícil de seguir os sonhos , a ganância tomou conta, ninguém mais quer conversar , trabalhar junto, virou uma guerra,
Com a repercussão do caso, o vereador Renan Ceschin (Pode) apresentou um projeto de lei para estabelecer diretrizes claras sobre o exercício da atividade em pontos turísticos da cidade. O texto prevê, entre outros pontos, o limite de fotógrafos por turno em locais reconhecidos como zonas turísticas pela Prefeitura de Curitiba, com demarcação de áreas de atuação, sempre respeitando normas urbanísticas e ambientais.
A proposta também institui um sistema de credenciamento voluntário com identificação obrigatória, por meio de crachá ou selo, além de um código de conduta para orientar o trabalho dos profissionais. O objetivo é coibir abordagens insistentes ou constrangedoras a visitantes e turistas, além de garantir a atuação ética de quem trabalha na área.
O projeto prevê ainda a criação de canais oficiais para denúncias, além de cursos e oficinas de qualificação em parceria com instituições locais. “Curitiba tem se consolidado como um dos principais destinos turísticos do Brasil. A regulamentação busca garantir organização, segurança e respeito ao espaço público”, afirma Ceschin na justificativa.
Se aprovado pelos vereadores e sancionado pelo prefeito, o projeto entra em vigor 90 dias após a publicação no Diário Oficial do Município.