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O general Freire Gomes. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasi

Ex-comandante do Exército, o general Marco Antônio Freire Gomes falou novamente ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (24). E reiterou que a minuta do golpe está ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo Freire Gomes, a minuta apreendida pela Polícia Federal na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres tinha pontos idênticos ao documento apresentado por Bolsonaro aos chefes das Forças Armadas em uma reunião no Palácio no Alvorada em dezembro de 2022. “Os documentos têm conteúdo semelhante, pois tratam do mesmo assunto, em que pese jamais ter afirmado que se trata do mesmo documento”, afirmou.

Os documentos previam medidas como estado de defesa, estado de sítio e Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para anular o resultado das eleições de 2022, segundo o general.

Acareação

Freire Gomes recebeu atendeu a uma convocação para acareação com o ex-ministro na ação penal da trama golpista. Ele manteve as versões anteriores que apresentou à Polícia Federal durante o inquérito e na audiência de instrução do processo no STF.

As informações constam na ata da audiência. Não houve gravação por determinação do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.

O ex-comandante do Exército também afirmou que participou de reuniões ministeriais com Anderson Torres antes das eleições e que o ex-ministro “assessorou juridicamente o ex-presidente em pontos específicos”. Freire Gomes acrescentou, no entanto, que Anderson Torres nunca opinou “no sentido da quebra do estado de direito”.

Depoimentos anteriores

O general já depôs como testemunha no processo. Nos depoimentos anteriores, confrontado com a minuta golpista, declarou que o conteúdo, em termos gerais, tinha muitas semelhanças com o apresentado por Bolsonaro aos comandantes das Forças Armadas.

“Eu no me lembro ipsis litteris dos documentos para comparar, não tenho essa capacidade. O que eu sei, sim, é que o conteúdo, em termos gerais, era muito parecido ou tinha pontos idênticos”, afirmou na audiência de instrução.

Na ocasião, a defesa de Anderson Torres defendeu que o documento circulou na internet e que o general pode ter “se confundido”. Freire Gomes disse ter convicção de sua versão. “Esse documento, nós fomos tomar conhecimento, como eu falei, na reunião do dia 7”, repetiu o general.