Política STF

“Humilhação”: Bolsonaro é autorizado a fazer exames em hospital e filho reclama de escolta armada

Agência Brasil e Folhapress, editado por Rodolfo Luis Kowalski
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Carlos Bolsonaro ao lado do pai, Jair (Foto: Reprodução/ Redes sociais)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve neste domingo (14) no Hospital DF Star, em brasília, onde realizou proedimentos médicos de remoção de lesões na pele. Como está em prisão domiciliar desde 4 de agosto, precisou ter a ida ao hospítal autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Além disso, uma escolta armada acompanhou o político, numa situação que não agradou ao filho de Bolsonaro, Carlos, que é vereador do Rio de Janeiro.

De acordo com Carlos, policiais fardados e armados humilhan Bolsonaro. “Um combio com mais de 20 homens armados de fuzis ostensivamente, acompanhados de mais de 10 batedores, reduzindo a velocidade bem abaixo da permitida na via, apenas para promover a humilhação de um homem honesto”, escreveu o vereador, reclamando ainda que a escolta continuava dentro do hospital.

“Homens fardados e armados vigiam como se um senhor de 70 anos pudesse fugir por uma janela, assim como fazem em sua prisão domiciliar. Fica claro: o objetivo é fragilizá-lo, expô-lo e ofendê-lo, em nome da tal ‘missão dada, missão cumprida’ – até mesmo durante uma cirurgia.”

Anemia e retirada de lesões na pele

Bolsonaro chegou ao hospital às 8 horas. No local, um grupo de apoiadores, com cerca de 30 pessoas, o aguardava. A saída da unidade de saúde foi pela porta da frente, na companhia dos filhos Jair Renan e Carlos. O ex-presidente, então, ficou em pé por cerca de cinco minutos, enquanto apoiadores entoavam gritos de apoio. Não disse nada a eles, no entanto.

Conforme o boletim médico, o ex-presidente sofre um quadro de anemia por deficiência de ferro e a tomografia de tórax mostrou imagem residual de pneumonia recente por broncoaspiração. Além disso, foram retiradas oito lesões na pele de Bolsonaro, no tronco e no membro superior direito. Ele também recebeu reposição de ferro por via endovenosa e agora deve seguir com os tratamentos da hipertensão arterial, do refluxo gastro-esofágico e medidas preventivas de broncoaspiração.

Segunda “saidinha” para ir ao médico

Esta foi a segunda vez que Bolsonaro pai deixou a sua residência, em um bairro nobre de Brasília, para acompanhamento médico.

O ex-mandatário chegou escoltado por um comboio da Polícia Penal, que permanece na unidade até a saída dele, que deverá retornar à residência localizada no Lago Sul.

A decisão de Moraes prevê que o ex-presidente permaneça na unidade de saúde apenas pelo tempo necessário ao atendimento médico e retorne em seguida à sua residência.

Além disso, após o procedimento, o ex-presidente deverá apresentar um atestado de saúde em até 48 horas ao STF.

Prisão domiciliar e risco de fuga

No final de agosto, Moraes endureceu a prisão domiciliar de Bolsonaro, por acreditar que havia risco de fuga. O ministro acatou representação da PF e manifestação da PGR (Procuradoria-Geral da República), que apontaram a necessidade de manter agentes de prontidão em tempo integral para monitorar o ex-presidente. Desde então, todos os carros que saem da casa do ex-presidente também precisam ser vistoriados.