O juiz federal Antonio Macedo da Silva, titular da 10ª Vara do Distrito Federal, determinou o arquivamento de um processo sobre suposta ofensa Ă  dignidade do presidente da CĂ¢mara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que havia apresentado notĂ­cia-crime contra o influenciador Felipe Neto.

A investigaĂ§Ă£o sobre o suposto crime de injĂºria ocorreu apĂ³s o presidente Lira ter sido chamado de “excrementĂ­ssimo” durante simpĂ³sio na Casa Legislativa, em abril. Felipe Neto havia criticado o presidente da CĂ¢mara dos Deputados durante as discussões sobre o atraso na tramitaĂ§Ă£o do projeto de lei nº 2.630 de 2020, conhecido como PL das fake news.

O MinistĂ©rio PĂºblico Federal (MPF) jĂ¡ havia apresentado solicitaĂ§Ă£o do arquivamento, argumentando que “as palavras duras dirigidas ao Deputado, conquanto configurem conduta moralmente reprovĂ¡vel, amoldam-se a ato de mero impulso, um desabafo do investigado, nĂ£o havendo o real desejo de injuriar ou lesividade suficiente”.

ApĂ³s manifestaĂ§Ă£o do MPF, Lira chegou a apresentar recurso contra arquivamento do inquĂ©rito, alegando que a suposta injĂºria teria intuito de promover engajamento e lucro nas redes sociais do youtuber.

A decisĂ£o da 10ª Vara do Distrito Federal foi proferida nesta sexta-feira, dia 5. É pontuado no despacho que, em processos similares, tambĂ©m houve manifestaĂ§Ă£o do MinistĂ©rio PĂºblico Federal pelo arquivamento das investigações.

“O comentĂ¡rio foi infeliz e revela-se de extremo mau gosto, porĂ©m, nĂ£o hĂ¡ de ser considerado um ato criminoso, consoante o contexto fĂ¡tico no qual estava inserido, sendo previsĂ­vel que houvesse a manifestaĂ§Ă£o de pensamentos, opiniões e ideias de cunho positivo ou negativo, situaĂ§Ă£o esperada quando se trata de uma figura pĂºblica”, cita o juiz.