O ex-ministro da Casa Civil JosĂ© Dirceu disse, em entrevista ao Canal Livre, da Bandeirantes, divulgada neste domingo, 7, que o governo deveria ter formado uma “mesa da frente ampla” que apoiou o presidente Luiz InĂ¡cio Lula da Silva logo apĂ³s a eleiĂ§Ă£o de 2022, com o intuito de dar “uma cara da frente ampla”.
“(Nas eleições) O governo conseguiu um diĂ¡logo com Congresso e forças polĂticas. O que nĂ£o aconteceu (depois das eleições)? DevĂamos ter constituĂdo uma mesa da frente ampla, com personalidades, com endereço, com posições de apoio ao governo, de propostas e crĂticas. Com uma cara da frente ampla. Como os partidos tĂªm”, disse o ex-ministro.
Dirceu disse que pretende reorganizar sua vida nos prĂ³ximos meses antes de decidir seu futuro polĂtico. Ele afirmou que teria sido preso no Ă¢mbito da OperaĂ§Ă£o Lava Jato para que fizesse uma delaĂ§Ă£o premiada.
“Tenho que reorganizar a minha vida. Ă€ medida em que vou sendo absolvido. Fui preso quatro vezes, nĂ£o me deixavam solto, porque queriam que eu fizesse delaĂ§Ă£o. Eu escrevi dois livros de memĂ³rias, o segundo que devo publicar atĂ© março. Procurei ler e reler clĂ¡ssicos brasileiros”, afirmou o ex-ministro, citando que ainda “hĂ¡ uma pendĂªncia” na Justiça.
“A Ăºnica razĂ£o para me prender era para denunciar o Lula. EstĂ¡ na Vaza Jato as conversas. ‘Arruma um processo aĂ, denuncia a filha dele que ele faz delaĂ§Ă£o. Ele vai morrer na prisĂ£o. Agora vai fazer delaĂ§Ă£o quando denunciarmos a filha dele’. O (Antonio) Palocci Ă© outra histĂ³ria que nĂ£o vou entrar aqui porque nĂ£o Ă© do meu feitio”, declarou.
Questionado se jantou com o presidente Lula nos Ăºltimos dias, negou. “NĂ£o falo com o presidente pessoalmente desde que ele tomou posse. Eu falo com os ministros, com presidentes de partido. Tenho relaĂ§Ă£o com deputados, senadores e governadores. Atuo politicamente, isso Ă© quase necessĂ¡rio na minha vida”, declarou.
“Agora Ă© a eleiĂ§Ă£o de 2024 que interessa, depois a renovaĂ§Ă£o do PT no ano que vem. AĂ em 2026, vamos ver como me recoloco na vida polĂtica institucional do PaĂs”, completou.