Lula diz que Bolsonaro é fujão e que deve ir ‘para o xilindró’

Artur Búrigo - Folhapress
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Lula. Foto. Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou nesta quinta-feira (24) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de fujão por não ter repassado a ele a faixa presidencial em 2023. O petista também afirmou que o adversário, réu no julgamento da trama golpista, irá preso se a Justiça decidir com base no que está nos autos. Ele esteve nesta quinta-feira em evento na cidade de Minas Novas (MG), no Vale do Jequitinhonha.

“Agora [Bolsonaro] foi indiciado, o procurador-geral da República pediu sua condenação. E ele vai sim, senhor, se a Justiça decidir com bases no autos, ele vai para o xilindró”, disse Lula. “O cara que tentou dar um golpe para não dar posse para mim, não teve coragem de me esperar, fugiu como rato foge. Agora fez as bobagens que fez e mandou o filho ir para Washington pedir a [Donald] Trump que intervenha no Brasil. É uma vergonha, falta de caráter”, afirmou.

Em nova referência a Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Lula o chamou de “moleque irresponsável”. O deputado, que está nos EUA, defende tarifas como forma de pressionar o governo Lula e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Recusei acordo para não ir preso”

O petista ainda afirmou que, na época em que estava prestes a ir para a cadeia, em 2018, pessoas comentaram com ele sobre a possibilidade de pedir asilo a uma embaixada, mas que ele teria negado. “Fiquei 580 dias preso, vieram me oferecer um acordo para ir a casa com tornozeleira de aço. Recusei o acordo, porque não troco minha dignidade por liberdade e não vou colocar tornozeleira porque não sou pombo-correio”, afirmou.

O Supremo determinou na semana passada que o ex-presidente comece a usar tornozeleira eletrônica. Ele não pode se aproximar de embaixadas e consulados ou manter contatos com embaixadores e quaisquer autoridades estrangeiras. A decisão fala em “indicativos da concreta possibilidade de fuga do réu” e necessidade de assegurar a aplicação da lei penal.